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"NO MEIO DO CAMINHO" Falha do saneamento em municípios empaca avanço no combate às mudanças climáticas no Estado Mato Grosso do Sul se destaca com arcabouço legal tido eficaz em esforços de política do clima, mas precisa de mudança de comportamento individual, diz gestora ambiental 27 MAR 2023 • POR Leo Ribeiro • 13h30
Contaminação do solo pelo descarte incorreto acarreta em mudanças climáticas, que estão no foco do combate de MS   Arquivo/ Correio do Estado/ Valdenir Rezende

Equilíbrio para atingir um desenvolvimento sustentável está no foco do governo de Mato Grosso do Sul há tempos, com MS se destacando entre Estados com arcabouços legais eficazes, para o combate as mudanças climáticas, porém, o próprio problema de destinação do lixo e saneamento básico de diversos municípios empaca o avanço pretendido. 

Mais recente, ainda neste mês de março, a Câmara Técnica do Clima da Associação Brasileira das Entidades do Meio Ambiente (Abema), fez esse apontamento que classifica MS entre os que tem todo o arcabouço legal e os programas necessários para conter as mudanças climáticas. 

Reprodução/Abema

Como bem aponta a gestora ambiental, Ana Cristina Franzoloso, as mudanças climáticas que o mundo enfrenta são consequências do desequilíbrio da natureza. 

Dona da startup DuBem Sustentável, que oferece produtos e serviços principalmente falando do reaproveitamento, do descarte e da preservação da água, ela é responsável também pelo Drive-Thru da Reciclagem. 

Ela expõe que, ações, como a do Drive-thru da Reciclagem, batem forte na tecla do descarte correta e de reverter isso em preservação de água. 

"O ser humano precisa entender que ele precisa mudar hábito e comportamento. Isso, sim, vai começar a refletir, de uma forma possível, numa qualidade para a natureza e, consequentemente, com saúde para ela o clima começa a mudar". 

Problema de lixo

Segundo a especialista, para ter resultados sólidos e positivos na qualidade de vida do planeta e, consequentemente, do indivíduo, é necessário que a sustentabilidade esteja em todos os eixos 

"O desequilíbrio é em função de várias pautas, mas eu vou me restringir a falar mais a falha do saneamento em muitos municípios. Ainda é algo que desequilibra muito na natureza a parte dos bueiros, da água, energia e todos os propósitos", comenta ela, quando o assunto é limpeza social. 

Ela classifica o grande volume de resíduo descartado, de forma irregular, como um dos responsáveis pelo grande desequilíbrio natural. 

"Em função de contaminação de solo, de desequilíbrio devido à imperfeição do descarte incorreto", expõe.

Como apontou o Correio do Estado, ainda em janeiro - quando montado Grupo Técnico para estruturar programas de catadores de recicláveis -, pelo menos 21 municípios de Mato Grosso do Sul dependem de cidades vizinhas para "jogar lixo fora", por não possuírem Plano Estadual de Resíduos Sólidos. 

Cerca de 37 municípios fazer o descarte no próprio território, com localidades como Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Maracaju e Sidrolândia fora desta lista, segundo o Observatório dos Lixões.

"Se não tiver mudança individual no comportamento, quanto a costume, consumo responsável e pautas relacionadas a preservação, o desequilíbrio vai cada vez aumentar mais", diz Ana Cristina. 

Usando a experiência que a humanidade enfrentou durante a Covid-19, ela classifica que a ausência de saneamento e descuido com a higiene, pode causar um grande desequilíbrio no clima. 

"Foi uma doença, que ainda não acabou. E esse desequilíbrio influiu, sim, numa mudança climática, numa temperatura de clima totalmente desnorteada. A gente não tem resultados positivos hoje e, se continuar dessa forma, vamos ter sérios problemas", finaliza ela. 

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