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Eleições 2024 Adriane e Lidio Lopes querem deixar Patriota e sondam vaga no União Brasil A prefeita de Campo Grande e o deputado estadual não são favoráveis à fusão do partido com o PTB e procuram nova sigla 29 MAR 2023 • POR daniel pedra • 08h00
A prefeita Adriane Lopes e a senadora Soraya Thronicke durante o evento Todos em Ação 2023   Roberto Ajala/Prefeitura

Mesmo antes da homologação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a fusão do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) com o Patriota já pode ter duas primeiras grandes baixas em Mato Grosso do Sul.

Fontes ouvidas pelo Correio do Estado revelaram que a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, e seu esposo, o deputado estadual Lidio Lopes, ambos do Patriota, devem abandonar o barco.

Segundo apurou a reportagem, o novo destino do casal seria o União Brasil.

A prefeita Adriane Lopes teria até feito uma espécie de “sondagem” sobre a possibilidade de ela e de seu marido ingressarem na nova sigla durante o mutirão do Todos em Ação, edição 2023, realizado no sábado, no Parque do Lageado, que teve a presença da presidente estadual do partido, senadora Soraya Thronicke.

O Correio do Estado investigou que o convite para que a parlamentar participasse do evento já teria como objetivo a aproximação de Adriane e Lidio Lopes.

Apesar de não confirmada pela senadora, a sinalização da líder do União Brasil em Mato Grosso do Sul teria sido positiva, mas tudo pode acontecer.

Na segunda-feira, Adriane Lopes disse à imprensa que recebeu vários pedidos de filiação a outros partidos, porém, negou que essa mudança seja imediata.

“Estamos avaliando os convites que estamos recebendo. Eu acredito que pelos próximos meses vamos fazer uma definição, tendo em vista que o meu partido, o Patriota, está se fundindo com outro. Mas, por enquanto, é só um namoro, é só uma especulação”, afirmou.

A prefeita deve tentar a reeleição no próximo ano e, caso realmente migre para o União Brasil, poderia ser a candidata da sigla, contudo, terá de enfrentar a concorrência interna da ex-deputada federal Rose Modesto, que também tem o desejo de disputar a Prefeitura de Campo Grande e contaria com o apoio do presidente nacional do partido, deputado federal Luciano Bivar (União Brasil-PE).

INSATISFAÇÃO

Aguardando apenas a homologação do TSE para torná-la oficial, a fusão do Patriota com o PTB, que deve ocorrer em abril, não é bem-vista pelo presidente estadual do Patriota, Lidio Lopes, que, para manter sua sigla, terá de enfrentar a concorrência do ex-senador Delcídio do Amaral, atual presidente do diretório estadual do PTB, que já confirmou ao Correio do Estado que permanecerá na nova legenda.

Lidio Lopes não tem escondido de seus interlocutores que não seguirá no Mais Brasil, nome do novo partido a ser criado pela fusão, pois a sigla não teria os mesmos princípios de sua atual legenda. O Patriota surgiu em 2011 primeiramente como Partido Ecológico Nacional (PEN), só adotando o novo nome a partir de 2017. 

Dois anos depois, incorporou o Partido Republicano Progressista (PRP) para superar as exigências de desempenho previstas para as eleições de 2018.

Agora, o Patriota se unirá ao PTB, cuja origem remonta ao trabalhismo e à era Vargas, mas que passou a ser mais conservador a partir dos anos 1980, quando houve um racha na legenda, dando origem ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) de Leonel Brizola.

Nos últimos anos, o PTB completou sua guinada ao conservadorismo e à direita, fazendo parte da base de apoio do governo do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL), e até mudou suas tradicionais cores (preto, vermelho e branco) para as da bandeira do Brasil.

Lidio Lopes declarou, no fim do ano passado, que não via com bons olhos a fusão e até lamentou o fato, porém, admitiu que era a única saída para o Patriota e o PTB atingirem a cláusula de barreira e, dessa forma, garantirem a sobrevivência política.

Saiba: Com o processo de fusão do Patriota com o PTB, surgirá um novo partido no País, o Mais Brasil, que terá o 25 como número de urna. Atualmente, o PTB usa o número 14, enquanto o Patriota tem o 51.

As duas siglas decidiram se juntar logo após o primeiro turno das eleições gerais do ano passado, quando não atingiram sozinhas o número mínimo de parlamentares eleitos para a Câmara dos Deputados nem a votação mínima exigida para superar a cláusula de desempenho.

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