Sem chuva sábado e domingo, a prefeitura de Campo Grande conseguiu cumprir a previsão e dar início aos trabalhos para recomposição da represa do Lago do Amor, que começou a ruir no dia 4 de janeiro e que passou por novo solapamento em meio à forte chuva da última sexta-feira.
Na manhã desta segunda-feira os trabalhadores começaram a retirar a vegetação ao longo do aterro para permitir que as máquinas tenham acesso ao ponto onde ocorreu o solapamento. Além do passeio público, parte da ciclovia já foi engolida por conta dos transbordamentos do lago.
Depois do solapamento inicial, o lago transbordou outras duas vezes em março e a cratera continuou crescendo. E, por conta disso existe pressa em iniciar a obra para reparar o estrago, já que a cratera pode avançar e colocar em risco toda a represa sob a avenida Filinto Müler.
A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em quatro meses, se as chuvas não atrapalharem. O tráfego no sentido centro bairro está interditado desde janeiro, mas no sentido contrário está normal. Mas, durante a obra haverá períodos em que toda a avenida terá de ser interditada.
Isso porque, além de de recompor a barreira, a empreiteira que venceu a licitação e vai receber R$ 3,38 milhões, terá de instalar um novo vertedouro no lago. E, para conseguir instalar esta tubulação subterrânea terá de cortar a avenida. Este vertedouro vai aumentar a vazão do lago e reduzir o risco de novos transbordamentos no futuro.
Em entrevista na manhã desta segunda-feira, o secretário municipal de obras, Domingos Sahib Neto não soube precisar a partir de quando será necessário interromper o tráfego e durante quanto tempo deve ocorrer esta interdição para instalação deste novo vertedouro. “As interdições são de responsabilidade da Agetran e terão de ser solicitadas pela empreiteira quando os trabalhos avençarem”, explicou.
Um estudo do Laboratório de Hidrologia, Erosão e Sedimentos (Heros), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e da Hidrosed Engenharia mostra que o Lago do Amor perdeu 45% da capacidade de armazenamento de água por causa do processo de assoreamento que vem enfrentando.
Conforme este estudo, em 2008 o lago tinha capacidade para armazenar 196.651 metros cúbicos de água. No ano passado, esta capacidade caiu para apenas 108.725 mil metros cúbicos.
PONTE
Outra obra que tinha início previsto para esta segunda-feira eram os reparos na ponte sobre o Córrego Prosa, na Rua José Antônio, no centro de Campo Grande. Porém, nenhuma mobilização foi vista pela manhã. Segundo o secretário Domingos Neto, “as empreiteiras têm cinco dias para iniciarem os trabalhos depois da assinatura da ordem de serviço. Então, estes primeiros dias são de preparação, mas já já as máquinas serão vistas por alí”.
A previsão é de que sejam necessários pelo menos 30 dias para recuperar a ponte, ao custo de R$ 710 mil. O tráfego no cruzamento da José Antônio com a avenida Fernando Corrêa da Costa, está interditado desde o dia 31 de janeiro, depois que técnicos da secretaria de obras perceberam o afundamento do solo na cabeceira.