Apesar da leve aceleração da inflação em março deste ano (0,68%), em relação a fevereiro (0,54%), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em Campo Grande tem demonstrado estar mais próximo da meta de inflação do Banco Central do Brasil (BC) que a média nacional.
No acumulado de 12 meses, a inflação de Campo Grande é de 3,54%, enquanto o IPCA em todo o Brasil, no mesmo período, é de 4,65%. A meta de inflação do BC para este ano é de 3,5%. Este é o motivo do aperto monetário da instituição, que é independente, em manter a Taxa Selic (juros) em 13,75% ao ano.
Mesmo no acumulado do ano, a inflação na capital de Mato Grosso do Sul apresenta um acumulado menor que o nacional. Enquanto no primeiro trimestre, o IPCA acumulado foi de 1,84% na Capital, na média nacional o IPCA é de 2,09%.
A cidade de São Paulo (SP) tem puxado a inflação para cima no Brasil, com um acumulado em 12 meses de 5,61% e de 2,20% no primeiro trimestre de 2023. Em março, a inflação na capital paulista foi de 0,92%, também acima da média nacional, que foi de 0,84%.
Um exemplo de como São Paulo puxa a inflação brasileira é o peso que ela tem no IPCA: o índice da capital paulista tem peso regional 32,28% no IPCA nacional, o único acima de dois dígitos. O peso de Campo Grande, por exemplo, é de 1,57% na aferição do IPCA.
Vilões e mocinhos
Se a formação do IPCA de março fosse um filme em que há vilões em mocinhos, o retorno da tributação dos combustíveis seria um dos vilões, aliado também do transporte coletivo, e ainda do grupo vestuário. Todos estes setores tiveram alta de preço em março.
A alimentação, o grande vilão de 2022, tem entrado para o rol dos mocinhos neste ano, pelo menos em Campo Grande. Até mesmo a prática de comer fora de casa, que era uma prática que vinha sofrendo constantes aumentos de preços, teve queda no peso do IPCA da capital em março. Batata, cebola e tomate também caíram, enquanto o ovo, feijão carioca e açúcar, por outro lado, passaram a pesar mais no bolso do consumidor.