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SEGURANÇA MS: 1,8 mil câmeras irão monitorar 298 escolas e cada município terá unidade de supervisão Objetivo é vigiar instituições de ensino para evitar roubos, ataques, invasões, conflitos e assassinatos 13 ABR 2023 • POR Naiara Camargo • 10h15
Central de Monitoramento do Centro Operações de Segurança Integrado (Cosi)   MARCELO VICTOR

Das 348 escolas estaduais espalhadas pelos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, 298 serão monitoradas por 1.800 câmeras de segurança até o fim deste mês.

Por enquanto, 50 escolas, de áreas rurais e indígenas, não serão contempladas.

Até o momento, 1.258 câmeras estão instaladas em 255 escolas da Rede Estadual de Ensino (REE). Ou seja, 542 câmeras ainda serão implantadas em 43 escolas estaduais até o fim de abril.

Com isso, 85% das escolas estaduais serão monitoras 24 horas por dia e sete dias por semana.

O objetivo é vigiar estabelecimentos escolares para evitar roubos, ataques, invasões, conflitos e assassinatos, além de proteger alunos e profissionais da educação. A empresa responsável em fazer a supervisão é o Centro Operações de Segurança Integrado (Cosi).

De acordo com o gerente do COSI, Vicente Lopes, existem de duas a oito câmeras em cada escola, instaladas no pátio, corredores e outros pontos estratégicos da instituição de ensino. Não há câmeras dentro das salas de aula para evitar exposição de alunos. 

Cada estabelecimento de ensino tem o “botão do pânico”, que deve ser acionado em casos de emergência, ataques ou conflito. O dispositivo é digital e deve ser acionado por meio de um aplicativo baixado no celular.

Quando acionado, uma equipe especializada do COSI é enviada para o local, e, se necessário, viaturas da Polícia Militar (PMMS), Guarda Civil Metropolitana (GCM), Corpo de Bombeiros (CBMMS) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) também serão empenhadas para atender a ocorrência.

O "botão do pânico" pode ser acionado por servidores cadastros e o tempo de resposta, até a chegada das forças de segurança e salvamento, é de 6 a 10 minutos.

Bases do COSI estão instaladas em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, e, nos demais municípios, existem unidades parceiras da empresa de tecnologia, que são responsáveis por realizar a supervisão e monitoramento de escolas.

A central do COSI, instalada em Campo Grande, conta com 10 telões que captam imagens de escolas estaduais em tempo real e mapa do Google Maps endereçando aonde encontra-se cada escola. É possível visualizar em Campo Grande imagens em tempo real de uma escola em Três Lagoas. 

De acordo com o secretário de Estado de Educação, Hélio Daher, o videomonitoramento faz a segurança das escolas, com equipes de intervenção rápida e núcleo de inteligência. 

"Nossa rapidez em agir, temos o botão do pânico que vai acionar, e daí a equipe chega, polícia é acionada, bombeiro é acionado justamente para que possamos fazer essa cobertura da escola em todos os sentidos. A ideia é garantir esse espaço em segurança", pontuou. 

O serviço foi contratado pelo governo de Mato Grosso do Sul e o valor do investimento é de R$ 17 milhões (primeiro contrato) e R$ 15 milhões (segundo contrato).

De acordo com o gerente do COSI, a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) procurou a empresa de tecnologia e também está interessada em implantar o videomonitoramente em 99 escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme). 

Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), ativou, nesta quinta-feira (13), o Gabinete de Crise no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). O objetivo é monitorar e atender ocorrências ou ameaças envolvendo escolas públicas ou particulares, de forma rápida e ágil.

ATAQUES E ASSASSINATOS

Em 30 de março de 2023, estudante de 16 anos foi esfaqueada na Escola Estadual João Leite de Barros, em Corumbá, município localizado a 416 quilômetros de Campo Grande.

O corte foi no braço e a adolescente teve de levar seis pontos. Ela foi atacada foi outra aluna, que estuda na mesma sala.

Em 5 de abril deste ano, homem de 25 anos invadiu a creche Bom Pastor, em Blumenau (Santa Catarina) e matou quatro crianças a facadas e deixou outras cinco feridas.

Após o crime, o autor se entregou no 10º Batalhão da Polícia Militar, onde foi preso e encaminhado para a Polícia Civil.

Em 27 de março de 2023, um adolescente de 13 anos esfaqueou quatro professores e dois alunos na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona sul de São Paulo. A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu.