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Campo Grande Apesar de novos leitos e queda na procura, crianças continuam na fila por UTI pediátrica No momento mais crítico, 50 crianças aguardaram em filas para conseguir vagas em leitos; agora, a média é de 8 crianças por dia 11 MAI 2023 • POR Alanis Netto • 14h08
Imagem Ilustrativa   Agência Brasil

Durante todo o mês de abril, o Correio do Estado acompanhou - e noticiou - os problemas na Saúde enfrentados pela Capital devido a falta de leitos pediátricos para atender crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Pouco mais de um mês após o início da discussão, crianças continuam precisando aguardar em filas para receber o atendimento adequado.

Ao Correio do Estado, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que, na última semana, a média era de oito crianças por dia aguardando transferência para unidades hospitalares de Campo Grande.

"Cabe ressaltar que os pacientes estão recebendo toda a assistência possível, sendo acompanhadas pelos médicos e enfermeiros e reavaliadas constantemente", informou a pasta.

Conforme noticiado anteriormente, nos meses de março e abril houve um aumento na procura de atendimento em decorrência de problemas respiratórios em crianças. No período mais crítico, 50 crianças aguardavam por vagas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Capital.

Para buscar soluções para o problema, a Sesau reativou o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), que ficou responsável por monitorar o número de casos e pacientes, e realizar reuniões para discutir medidas a serem tomadas para solucionar o problema.

Ao fim das discussões, a Sesau viabilizou a implantação de dez leitos clínicos na Santa Casa para este público, e mais quatro leitos de UTI em outros hospitais públicos. Durante o mês, tanto a Prefeitura de Campo Grande quanto o Governo do Estado convocaram médicos para suprir o déficit de profissionais qualificados para atender o público infantil.

Além do aumento no número de leitos hospitalares e profissionais, a Sesau informou que a redução no número de casos de síndromes respiratórias em crianças colaborou com a "resolução" do problema.

Mesmo com as medidas, crianças ainda aguardam na fila para conseguir as vagas adequadas para tratar de seus sintomas respiratórios.

No Estado

Segundo o Boletim Influenza da Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgado na última quarta-feira (10), neste ano, já foram hospitalizadas 3.006 pessoas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Destes, 194 eram influenza, doença que já matou 22 pessoas em 2023.

Crianças abaixo de 10 anos representam 45,3% dos pacientes com influenza hospitalizados, sendo 10,8% delas com menos de 1 ano de idade.

O público representa 27,2% dos óbitos. Três das seis crianças (abaixo dos 10 anos) que morreram tinham menos de 1 ano.

Confira o boletim abaixo:

Reprodução: SES
Reprodução: SES

SRAG

A SRAG abrange os casos de Síndrome Gripal que evoluem e comprometem a função respiratória dos pacientes, levando à hospitalização. As principais causas de internação são infecções virais, predominantemente pelos vírus da Influenza do tipo A e B, Vírus Sincicial Respiratório, SARS-COV-2, bactérias, fungos e outros agentes.

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