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ALA DE SAÚDE Justiça suspende pena alternativa e Maníaco da Cruz continuará internado em presídio Dyonathan Celestrino está no sistema penitenciário há 9 anos, por falta de local adequado para internação psiquiátrica 24 MAI 2023 • POR Glaucea Vaccari • 13h22
Dyonathan Celestrino está internado em ala de saúde de presídio por falta de vaga em hospital   Foto: Arquivo / Correio do Estado

O juiz Fernando Chemin Cury, da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, manteve a internação compulsória de Dyonathan Celestrino, de 30 anos, conhecido como Maníaco da Cruz, descartando a possibilidade de pena alternativa.

O rapaz é responsável por uma série de assassinatos em Rio Brilhante, em 2008, e desafia o sistema penitenciário. Isto porque ele segue internado na ala de saúde do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) por falta de um ambiente adequado ao seu quadro de psicopatia.  

A internação pelos crimes cometidos em 2008, quando ainda era adolescente, já foi cumprida entre os anos de 2008 e 2011. Ele atingiu a maioridade penal, de 21 anos, em 2013, quando deveria ter sido solto, mas devido à impossibilidade de reintegração à sociedade e a falta de vagas em hospitais de custódia, segue no Instituto Penal.

Dyonathan é avaliado regularmente por perícia média, para constatar se há a cessação de periculosidade ou permanência, tendo o último laudo, do início deste ano, apontado que ele continua com transtornos de psicopatia que impedem o convívio social, sendo mantida a medida de segurança de internação.

Na decisão do início deste mês, o juiz afirma que o Maníaco da Cruz foi condenado em outro processo, que está sob sigilo, onde teve a pena privativa de liberdade substituída por pena alternativa.

Dessa forma, como o rapaz já cumpre pena de medida de segurança na modalidade internação, foi suspensa a nova condenação, a pedido da defesa e do Ministério Público.

"Objetivando evitar confusão processual e zelar pelo correto cumprimento das penas impostas, suspendo o curso da referida GR [guia de recolhimento] (na qual imposta pena alternativa) até o cumprimento integral da medida de segurança ou sua compatibilidade de regime no curso executório", diz a decisão.

Sem local adequado para cumprir a internação, Dyonathan Celestrino continuará no Instituto Penal de Campo Grande.

Os crimes

O serial killer conhecido como Maníaco da Cruz, escolhia as vítimas de forma aleatória, e obrigava que respondessem diversas perguntas sobre comportamento sexual. Se fossem consideradas impuras, eram assassinadas, tendo seus corpos posicionados em sinal de crucificação.  

A primeira vítima do Maníaco da Cruz foi seu vizinho, o pedreiro Catalino Gardena, de 33 anos, morto no dia 2 de julho de 2008. No julgamento de Dyonathan, Catalino “mereceu” morrer porque era alcoólatra e homossessual.  

A segunda vítima foi Letícia Neves de Oliveira, de 22 anos, foi assassinada no dia 24 de agosto do mesmo ano, por ser homessexual. No dia 3 de outubro, o Maníaco da Cruz fez a terceira vítima, Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada seminua em uma obra, com um bilhete próximo ao corpo citando que “morto não responde aos recados”.

Na época em que foi apreendido, Dyonathan disse que matou as vítimas porque elas não seguiam os preceitos de Deus. O Maníaco da Cruz foi apreendido em sua casa em outubro de 2008, e posteriormente, encaminhado à Unei de Ponta Porã.  

Em 2013, ele fugiu da unidade para o Paraguai, sendo encontrado e preso novamente.  

Há pelo menos 10 anos ele está submetido a interdição e medida de segurança, o que o mantém como interno na ala de saúde do Instituto Penal de Campo Grande.