Maio foi o pior mês desde 2016 para vendas de veículos novos. A queda foi de 10,3% em comparação a abril, enquanto a média diária de vendas de carros 0 km foi de 7.560 unidades. No total, foram 166.361 emplacamentos de automóveis e comerciais leves. Os dados foram divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Ao Correio do Estado, a Fenabrave, afirmou que apesar da queda registrada no último levantamento, o momento é oportuno para quem deseja comprar um novo carro.
"As medidas adotadas pelo governo junto com o empenho das montadoras e concessionárias em buscar oferecer um preço muito atraente para seus clientes resulta em oportunidades. Todo o setor está trabalhando para aquecer as vendas e quem ganha com isso é o consumidor".
De acordo com o presidente da Fenabrave, Andreata Jr. muitas vendas estão paralisadas, já que o consumidor estaria em “compasso de espera” pelo novo projeto de baratear os carros populares.
“Essa é uma situação muito difícil, pois, além das metas, estabelecidas pelas montadoras, as Concessionárias têm compromisso com mais de 310 mil colaboradores diretos”, afirma o presidente.
Conforme dados disponibilizados pela Associação Brasileira de Concessionárias Chevrolet (ABRAC), a Rede Chevrolet totalizou em maio deste ano 11.927 unidades retiradas e queda mensal de -7,49% no comparativo com as retiradas de abril, quando foram contabilizadas 12.893 unidades.
Os dados de maio também mostraram que a posição deste mês ficou -16,82% abaixo da média móvel de retiradas verificada nos últimos 12 meses (14.338 unidades). Esse foi o 2º mês consecutivo de resultado mensal abaixo da média móvel histórica. No comparativo com os volumes retirados na mesma época de 2022 (16.305 unidades), a marca atual chega a -26,85%.
A análise regional dos dados de retiradas da Rede Chevrolet de maio em comparação a abril deste ano, mostrou que, a região Centro-Oeste apresentou a maior queda absoluta (-300 unidades), uma relativa mensal de -26,36%.
Motos salvam acumulado
Apesar da baixa venda dos carros novos, foram emplacados 357.270 veículos automotores em geral. No acumulado de 2023, também houve alta de 14,8% sobre igual período do ano passado, lembrando que o primeiro semestre de 2022 registrou resultado abaixo da média histórica, em função da falta de componentes na indústria.
O aumento foi possível devido aos quatro dias úteis a mais, em maio (22 dias), favorecendo a alta de 20,3% nos emplacamentos de veículos em geral sobre abril (18 dias). Mas também pelo crescimento nas vendas de motocicletas. Em maio, foram emplacadas 161.433 motos, 33,5% superior a abril.
“A queda setorial, em 2023, é amenizada por conta do bom volume de motocicletas emplacadas. Esse é um segmento que vem apresentando crescimento real, tanto que está 42% acima do registrado nos cinco primeiros meses de 2019, último ano antes da pandemia. Mas, ao analisarmos automóveis e comerciais leves, a queda em relação a 2019 é de 27,1% no acumulado do ano”, afirmou Andreata Jr.
Medida provisória
O governo federal publicou nesta terça-feira (6) a medida provisória que cria faixas de descontos para veículos populares conforme critérios de sustentabilidade econômica, ambiental e nacional. Os descontos para os carros populares vão de R$ 2 mil até R$ 8 mil.
A medida havia sido divulgada na segunda-feira (5) pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin, e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Eles explicaram os critérios utilizados nas faixas de desconto, que variam de acordo com o preço, a eficiência energética e a densidade industrial.
“Quem atingir o máximo dos critérios - menor preço, então critério social, meio ambiente, menos poluição; e densidade industrial - terá desconto maior. Receberá crédito de R$ 8 mil, que pode chegar, em um carro de acesso, a 11,6%”, explicou Alckmin.
Para ônibus e caminhões, os descontos vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, e são associados à entrega de veículos da mesma categoria, usados e em condições de rodagem.
Também é exigida que a documentação do veículo entregue esteja regularizada, com licenciamento de 2022 e emplacamento.
Segundo o vice-presidente, os descontos para caminhões são motivados por uma exigência Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que prevê a fabricação dos veículos no padrão chamado de Euro 6, que diminui a emissão de poluentes, mas encarece o custo do veículo.
Os descontos buscam estimular a renovação da frota e retirar a circulação de caminhões e ônibus com mais de 20 anos.
A medida provisória tem validade de quatro meses e durante esse período, o desconto será registrado na nota fiscal e não incidirá no cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o automóvel.
*Com informações da Agência Brasil