Logo Correio do Estado

CURVA CONTÍNUA Morte de motociclistas no trânsito da Capital cai pela metade neste ano Já computando os dois óbitos desta semana, são 17 mortes desde o começo do ano. No primeiro semestre do ano passado foram 31 10 JUN 2023 • POR Neri Kaspary • 12h40
A morte mais recente aconteceu na quinta-feira à noite no Jardim Petrópolis, na região do aeroporto   Reprodução

Dois motociclistas morreram vítimas de acidentes de trânsito em Campo Grande nesta semana, elevando para 17 o número de motociclistas mortos na cidade desde o começo ano. Mesmo assim, o número ainda é bem menor que os 31 casos registrados nos primeiros seis meses do ano passado. Se forem comparados somente os números relativos aos cinco primeiros meses, o número de vítimas caiu 50%, passando de 26 para 13.

As vítimas mais recentes foram Ilson Pimenta Osório, de 51 anos, que morreu na noite de quinta-feira, no Jardim Petrópolis, e Gilmara da Silva Canhete Baldo Bernardo, de 46 anos, que morreu no domingo à noite na Avenida Ceará após fazer uma conversão à esquerda sem perceber a aproximação de um carro que vinha no sentido contrário. 

E não foi somente a morte de motociclistas que apresentou queda neste ano em Campo Grande. No caso dos pedestres o cenário é parecido. Nos seis primeiros meses de 2022 foram dez óbitos, contra cinco neste ano. Desconsiderando o fato de ainda faltarem 20 dias para o fim de junho, a redução também é de 50%. Nos primeiros seis meses de 2022 o trânsito da Capital provocu um total de 46 mortes. Neste ano, até este sábado (10), são 30, o que representa recuo de 35%. 

Ivanise Rotta, do Gabinete de Gestão Integradada do Vida no Trânsito (GGIT), não tem uma explicação objetiva para esta redução brusca de um ano para outro, mas deixa claro que no trânsito de Campo Grande existe uma curva descendente contínua no número de mortes. 

Em 2011, segundo Ivanise, a Capital registrou 132 mortes. E, apesar do aumento da frota e do número de habitantes, no ano passado foram 86 mortes, o que significa redução de 35%. E, pelos números do primeiro semestre, que está quase acabando, a tendência é de que o resultado em 2023 seja ainda melhor, comemora ela. 

A explicação para isso são os trabalhos contínuos, tanto de educação quanto de engenharia de trânsito, diz. “Após cada acidente a gente faz uma análise no local e verifica se há problema de engenharia, de fiscalização ou da própria educação. Aí existe um trabalho naquele local, naquela região para evitar que isso se repita”.

Para ela, a redução só não é mais significativa porque a legislação com motoristas que provocam mortes ainda é muito branda. “Nós temos incontáveis exemplos de pessoas que matam no trânsito e não há ninguém preso no Brasil. Fica três meses, quatro meses, cumpre um sexto da pena e já é liberado. Nossa lei ainda é muito falha para os assassinatos cometidos por embriagues e alta velocidade”, lamenta.  
 

Assine o Correio do Estado.