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BRASÍLIA Pollon afirma ser cotado como relator caso pedido de impeachment contra Lula seja aprovada na Câmara Deputado disse que se absteve de assinar documento, assim como Eduardo Bolsonaro, porque ambos tem conhecimento técnico para assumir relatoria do processo contra o presidente da República 10 JUN 2023 • POR Ana Clara Santos • 17h00
Deputado federal afirmou que apoia impeachment de Lula, mas não assinou pedido por ser cotado para relatoria caso processo tramite na Câmara   Marcelo Victor/Correio do Estado

O deputado federal por Mato Grosso do Sul Marcos Pollon (PP) disse que não assinou o sexto pedido de impeachment contra o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ser cotado como possível relator do processo, caso passe pelo crivo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) e comece a tramitar na Casa. 

Ao Correio do Estado, o parlamentar afirmou que se abster da assinatura foi uma decisão estratégica, já que ele é um dos deputados de oposição que tem conhecimento técnico e jurídico para ser um possível relator. 

Pollón acrescentou ainda que o colega de partido, Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PP), também não assinou o pedido de impeachment contra Lula pelo mesmo motivo. De acordo com o parlamentar sul-mato-grossense, o deputado por São Paulo, também é um dos cogitados para a relatoria do processo. 

“Nem o deputado Eduardo Bolsonaro e nem o deputado Marcos Pollon assinaram o pedido de impeachment porque são os deputados mais técnicos, que tem conhecimento jurídicos, e são capazes de assumir a relatoria”, afirmou nota enviada por meio de assessoria ao Correio do Estado. 

Contudo, caso não venha a assumir tal função, o parlamentar reforça que irá assinar o documento que pede o afastamento do presidente da República do cargo. 

No pedido, protocolado esta semana na Câmara dos Deputados, Ubiratan Sanderson (PL), afirma que Lula teria cometido crimes de responsabilidade ao receber o presidente da Venezuela, Nicólas Maduro, em visita oficial no Brasil. 

Outro crime seria a indicação de Cristiano Zanin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O candidato à cadeira de Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril, atuou como advogado particular do petista durante o processo da Operação Lava-Jato. 

Em nota, Rodolfo Nogueira, único deputado de MS a assinar o pedido, disse que o país não pode compactuar com o convite que Lula fez ao presidente venezuelano para que visitasse o Brasil. 

“Não podemos compactuar com esse tipo de comportamento. Um absurdo um chefe de estado tentar construir uma narrativa grosseira de que Maduro não é um ditador”, disse. 

E completou: “Sem contar com a indicação de um advogado ‘amigo’ e aliado  que o livrou de vários crimes. O Brasil não é isso”.

Além de Pollon e Nogueira, Luiz Ovando (PP) também está entre os deputados de MS que apoiam a ideia de Lula sofrer um processo de deposição. Contudo, de acordo com ele, o documento assinado pelo colega de parlamento ficou restrito a um grupo específico de deputados, o que fez com que ele não tivesse acesso para registrar sua assinatura. 

Importante ressaltar que para Lula realmente sofra um pedido de impeachment é preciso mais que protocolá-lo na Câmara. Também é necessário que o presidente do parlamento, Arthur Lira (PP), faça a análise e o coloque em votação.

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