Logo Correio do Estado

SAÚDE Campo Grande tem seis casos de Febre Maculosa em 10 anos; último registro foi em 2018 Prefeitura da Capital alerta para que população tome cuidado ao frequentar áreas com capivaras, como Parque das Nações, Parque dos Poderes, Lago do Amor e UFMS 14 JUN 2023 • POR Naiara Camargo • 12h30
Carrapato-estrela   DIVULGAÇÃO

Dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) apontam que 12 pessoas foram diagnosticadas com Febre Maculosa entre 2012 e 2022, mas apenas seis casos foram confrmados. Não existem óbitos e nenhum animal foi diagnosticado com a doença neste período.

De acordo com a Sesau, o último caso da doença foi registrado em fevereiro de 2018. Em 2021, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES-MS) emitiu alerta sobre a doença, após óbito registrado em Itaúna, Minas Gerais.

Nesta semana, quatro pessoas faleceram vítimas de Febre Maculosa na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas (SP).

Capivara é um dos principais hospedeiros da doença

Campo Grande é uma cidade com grande quantidade de capivaras, um dos principais hospedeiros do carrapato-estrela.

Com isso, a prefeitura da Capital alerta para que a população tome cuidado ao frequentar áreas onde habitam capivaras, como parques e áreas verdes.

Parque das Nações Indígenas, Parque dos Poderes, Lago do Amor, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Praça das Águas, avenida Lúdio Martins Coelho e avenida José Barbosa Rodrigues são os principais lugares em Campo Grande onde o animal habita.

“É importante tomar medidas preventivas ao frequentar áreas onde há presença de capivaras, como parques e áreas verdes. Recomenda-se evitar o contato direto com os carrapatos, usar roupas adequadas, aplicar repelentes e realizar uma inspeção minuciosa no corpo após a exposição a esses ambientes”, afirmou a prefeitura em nota enviada ao Correio do Estado.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a médica infectologista, Rafaeli Cardoso Barbosa, afirmou que não há motivos para preocupação, mas sim para aumentar os cuidados.

“Não há motivo para preocupação devido nosso estado ter uma grande quantidade de capivaras, pois não somos uma área potencialmente endêmica. O que não exclui termos cuidados ao frequentar espaços com risco de exposição a carrapatos. A febre maculosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii é a de maior importância no país por ter taxa de letalidade de 50% e é endêmica na região Sudeste (áreas urbanas com divisa de Mata Atlântica)”, explicou.

Dra. Rafaeli Cardoso Barbosa, médica infectologista formada pela UFMS

FEBRE MACULOSA

De acordo a médica infectologista, Rafaeli Cardoso, a Febre Maculosa é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) infectado pela bactéria Rickettsia.

O carrapato-estrela é encontrado em animais de grande porte, como capivaras, bois, cavalos, gambás, coelhos e aves. Geralmente não é encontrado em cães e gatos.

A transmissão ocorre pela picada. O carrapato infectado permanece fixado por, pelo menos, quatro horas na pele da pessoa. Não existe transmissão de pessoa para pessoa.

A doença é mais comum entre os meses de junho e novembro, período em que predominam as formas jovens do carrapato, conhecidas como micuins.

De acordo com a médica, os sintomas da doença são:

Para diagnóstico da doença, o médico deve observar o histórico do paciente, principalmente se esteve em regiões onde há cavalos, capivaras ou animais silvestres.

O tratamento é realizado com antibióticos por 10 a 14 dias.

Caso a pessoa não seja medicada corretamente a tempo, a doença pode evoluir para casos mais graves como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar à óbito.

Para se proteger da doença, é necessário: