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SAÚDE PÚBLICA Sem acordo com a prefeitura, Santa Casa não irá reabrir setor de psiquiatria Para Sesau, setor deveria ser custeado por emenda federal destinada ao hospital, mas Santa Casa discorda por entender que verba deve ser usada em outros setores. 12 JUL 2023 • POR Ana Clara Santos • 18h40
Sem acordo com a prefeitura, Santa Casa não irá reabrir setor de psiquiatria   Gerson Oliveira/Correio do Estado

Sem receber novos pacientes desde o dia 1º de julho, a Santa Casa de Campo Grande informou que não irá reabrir o setor de Psiquiatria da instituição até que a prefeitura da Capital renove o contrato para custear os custos do serviço. 

Em vídeo publicado na tarde desta quarta-feira (12), o Diretor Técnico da Santa Casa, Wliiam Lemos, explicou que a diretoria da unidade de saúde se reuniu com a secretária adjunta da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e com o secretário de governo, João Rocha, ocasião em que tentaram chegar a um consenso do que poderia ser feito para solucionar o impasse, contudo, não houve acordo. 

Ainda conforme explicado pelo médico, a proposta do Executivo consiste em custear a ala psiquiátrica usando a verba de uma emenda parlamentar federal que foi destinada para a Santa Casa no intuito de apoiar outros setores da instituição como a neurocirurgia e cirurgia pediátrica, serviços que, de acordo com Leite, “são as vocações do hospital”. 

O diretor técnico explica que a Sesau tem acesso a esse recurso, já que, por regra, a verba é transferida diretamente para o Fundo Municipal de Saúde, o que fez a prefeitura propor o uso do dinheiro para o setor que está fechado. No entanto, o serviço é mantido por meio de contrato com o Executivo, que está vencido desde dezembro de 2022 e ainda não foi renovado. 

“A secretaria então propôs utilizar este dinheiro que seria usado para a Santa Casa ter seu custeio interno de várias atividades para manter o serviço de psiquiatria, mas isso não faz parte dos projetos da Santa Casa”, explicou.

Leite define como injusta a proposta de destinar a verba conseguida para custear outros serviços, como o da neurocirurgia, que recentemente também passou por uma crise, para a ala psiquiátrica, enquanto a prefeitura não renova o contrato e a habilitação desde o ano passado. 

“A única proposta da Secretaria Municipal de Saúde foi utilizar esse dinheiro para custear o serviço de psiquiatria. Isso não foi aceito pela nossa diretoria corporativa e a nossa presidente foi enfática em afirmar que o serviço de psiquiatria não faz parte da vocação da Santa Casa”, destacou. 

O diretor técnico ainda enfatiza que desde o vencimento do contrato, a Santa Casa está em contato com a prefeitura para que o contrato seja renovado e o problema sanado, no entanto, nada foi feito por parte da pasta de Saúde. Assim, a instituição continuará sem receber novos pacientes. 

“Durante todo esse ano vários ofícios foram enviados à Secretaria Municipal para que pudéssemos resolver esta situação. Então, neste momento, a decisão da Santa Casa é irrevogável. Nós não vamos reabrir o serviço de psiquiatria, todavia, todos os pacientes eu reitero aqui que ainda estão em atendimento terão o seu atendimento até o final dele”, concluiu o diretor técnico.

A Sesau foi procurada pela reportagem, mas até o fechamento da matéria não houve retorno da pasta. 

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