Logo Correio do Estado

LENTIDÃO Audiências sobre morte de Sophia ficam paradas por falta de relatório de perícia Prazo para anexar relatório se esgotou no dia 10 de agosto e processo não pode prosseguir sem esse documento 17 AGO 2023 • POR Ana Clara Santos • 15h42
Agredida e morta aos dois anos, morte de Sophia está longe de ter um desfecho pela lentidão do processo judicial   Reprodução

No dia 26 de agosto, a morte da menina Sophia Ocampo, de dois anos, irá completar sete meses e, até então, foram realizadas apenas três audiências para ouvir testemunhas de defesa e acusação. Agora, o processo está parado, aguardando relatório da perícia realizada nas mídias encontradas nos celulares de Stephanie de Jesus da Silva e Christian Leitheim, réus pelo crime. 

O pedido para periciar os celulares foi feito pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) durante a última audiência, realizada no dia 26 de maio. De acordo com a advogada que atua como assistente de acusação, o pedido foi feito porque, até então, estava autorizada apenas a quebra de sigilo telefônico. 

De acordo com a assistente de acusação, Janice Andrade, o pedido foi feito porque o órgão ministerial entende que nas mídias encontradas podem ter provas primordiais para o andamento do processo e para embasar a acusação. 

Embora o juiz responsável pelo caso tenha pedido urgência na solicitação do MPMS, três meses depois, a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) não realizou qualquer perícia nas mídias, inclusive no celular de Christian. Ele não forneceu a senha do aparelho e a polícia afirma que não consegue ter acesso às mídias armazenadas nele. 

As únicas conversas recuperadas pela Polícia Civil foram as do celular de Stephanie porque ela ofereceu a senha de livre e espontânea vontade quando o aparelho foi apreendido. Por outro lado, não foram recuperadas as conversas que a ré apagou antes de entregar o aparelho. 

Sem os relatórios da perícia, o juiz fica impedido de dar continuidade às audiências, que ainda estão na fase de instrução, ou seja, as testemunhas e os réus estão sendo ouvidos no Tribunal para, depois, a defesa e a acusação elaborarem as considerações finais. 

Todas as testemunhas foram ouvidas, sendo que na última audiência foram ouvidas as testemunhas de defesa dos réus, incluindo amigos que conviviam e frequentavam a casa do casal antes da morte de Sophia. 

Agora, o juiz só poderá marcar uma nova audiência quando os relatórios forem anexados ao processo, o que não tem data para acontecer, mesmo que o prazo tenha se esgotado no dia 10 deste mês. 

Além de ouvir os réus, o juiz fez um pedido para intimar para depoimento as médicas que atenderam Sophia quando ela chegou sem vida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, no dia 26 de janeiro. 

A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil, mas até o fechamento desta matéria não houve retorno. O espaço continua aberto para esclarecimentos. 

AUDIÊNCIA DE MAIO 

Realizada a portas fechadas após incidente na primeira audiência do caso, a audiência de maio foi direcionada para ouvir as testemunhas de defesa de Stephanie e de Christian.

Na mesma audiência era esperado que os réus fossem ouvidos, mas, por causa do pedido de perícia do Ministério Público de MS, a sessão foi encerrada. 

Após a audiência para ouvir os réus e as médicas acontecer, a defesa e a acusação terão um prazo, ainda não estabelecido, para apresentar as alegações finais, momento em que são juntadas as provas e argumentos para tentar culpabilizar ou inocentar os réus.

Por fim, após outras etapas processuais, o caso será levado a julgamento, tudo indica, que irá para júri popular. 

Assine o Correio do Estado