Danilo Alves Vieira da Silva Pedrosa, principal suspeito pela morte do jogador Hugo Vinicius Skulny, de 19 anos, foi preso na noite de quarta-feira. A prisão preventiva de Danilo havia sido emitida há mais de 40 dias, juntamente com a de Rubia Joice de Oliver Luvisetto, ex-namorada de Hugo, que é apontada como coautora do crime.
O jogador de futebol desapareceu na madrugada do dia 25 de junho, e no dia 2 de julho partes do corpo de Hugo foram encontradas no Rio Iguatemi, em Sete Quedas.
Desde julho, a Polícia Civil estava com mandado de prisão temporária decretado pela Justiça para Danilo, mas, de acordo com o advogado do jovem, Higo dos Santos Ferré, a defesa optou por não apresentar o suspeito, por entender que não havia mais a situação de flagrante.
O advogado de defesa de Danilo relatou ainda que o suspeito, durante as investigações, prestou depoimento à polícia e se apresentou quando requisitado, mas por conta do mandado de prisão, o jovem alugou uma casa em Iguatemi, enquanto sua defesa recorria da prisão temporária.
“Danilo sempre esteve disposto a se apresentar e cooperar com as investigações. Ele estava a uma rua do Paraguai e não quis empreender fuga”, disse o advogado.
Higo Ferré também comentou que, agora, Danilo só deve ser ouvido em juízo, em razão do inquérito já ter sido relatado e de existir uma denúncia contra o jovem.
Danilo foi preso pela Polícia Civil, que, por meio do Setor de Investigações Gerais (SGI) da delegacia de Iguatemi, encontrou o esconderijo do jovem, que era em um local de difícil acesso.
A audiência de custódia foi realizada no início da tarde de ontem, e ainda no período vespertino ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória de Iguatemi.
Higo Ferré informou que não vai se pronunciar a respeito da defesa técnica e dos fatos relatados pelo seu cliente, mas comentou que “diante do que está no inquérito documentado, existem circunstâncias a serem esclarecidas”.
O advogado disse que entraria com pedido de habeas corpus ainda ontem, principalmente por entender que não havia motivos para o pedido de prisão preventiva, e que o acusado teve a oportunidade de fugir para outro país e assim não o fez.
“O que preocupa é que existem coisas que estão aí ventiladas que nem no imaginário dele aconteceriam”, acrescentou Ferré.
O CASO
Na madrugada de 25 de junho, o jogador de futebol Hugo Vinicius Skulny Pedrosa foi a uma festa em Pindoty Porã, no Paraguai, mas não voltou para casa.
A família do atleta informou que a última notícia que tinha de Hugo é que ele teria ido para a casa da ex-namorada, Rubia Joice de Oliver Luvisetto.
O jogador ficou desaparecido até o dia 2 de julho, quando partes do corpo do jovem foram encontradas no Rio Iguatemi. A partir desse fato, foi iniciada uma operação conjunta entre Corpo de Bombeiros, Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron), patrulha rural e polícias Civil e Militar, para buscar os restos mortais.
A ação durou seis dias, até que foi encerrada no dia 6 de julho. A ex-namorada foi presa antes disso, no dia 3 de julho, e foi importante para que o caso fosse esclarecido, apontando a participação de um terceiro suspeito, Cleiton Torres Vobeto. Desde então, Danilo Alves Vieira da Silva Pedrosa passou a ser procurado pela polícia.
De acordo com as informações da polícia, Hugo foi morto com três tiros e teve seu corpo esquartejado em pequenas partes antes de ser desovado em um trecho do Rio Iguatemi.
Uma chácara, que pertencia ao pai de Danilo, foi o local que os três suspeitos usaram para desovar o corpo do atleta. Apesar da ex-namorada de Hugo afirmar que o jogador teria invadido sua casa e encontrando-a na cama com Danilo, que teria atirado no atleta e levado o corpo embora com uma terceira pessoa, a polícia descarta essa versão e coloca a jovem como coautora do crime, apontando que a ação foi premeditada.
O advogado de Rubia, Felipe Azuma, relatou que está esperando o habeas corpus que pediu contra a prisão preventiva e que acredita que, com a prisão de Danilo, “a verdade possa vir à tona, de que Rubia não planejou nada do que ocorreu”.
SAIBA
O reconhecimento do corpo de Hugo Vinicius Skulny foi feito pela família a partir de uma tatuagem que ele tinha no braço, em homenagem ao pai, falecido há cerca de dois anos.