Logo Correio do Estado

APELAÇÃO

Antes de encarar novo julgamento por assassinato, advogada pede para aumentar pena de Jamilzinho

Condenado a 23 anos por mandar matar estudante de Direito, mãe da vítima quer que sentença suba para 35 anos

23 AGO 2023 • POR Celso Bejarano, Alison Silva • 16h57
Mãe do estudante de direito, Cristiane Coutinho atuou como assistente de acusação no julgamento de Jamilzinho   Foto: Marcelo Victor

Um mês e três dias depois de condenado a 23 anos e seis meses de prisão por ser apontado como mandante do assassinato do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, então com 19 anos de idade, ocorrido em abril de 2019, em Campo Grande, Jamil Name Filho, o Jamilzinho, 46, terá a sentença examinada pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

É que a mãe do rapaz, Cristiane de Almeida Coutinho, 48, advogada e que atuou no julgamento como assistente do MPMS (Ministério Público de MS), pediu que a pena contra o réu seja aumentada em mais 12 anos. Assim sendo, o réu pegaria 35 anos de cadeia. 

Provável revés na condenação de Jamilzinho, também conhecido como Guri, pode acontecer há meses de outro julgamento, também por homicídio, contra o condenado.  

Já sentenciado a 46 anos de prisão, Jamilzinho, encarcerado em presídio de Mossoró (RN), desde de 2019,  deve ser julgado até dezembro por ter sido o também mandante do assassinato de Marcel Costa Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, crime ocorrido na madrugada do dia 18 de outubro de 2018, perto de cinco anos atrás, também em Campo Grande. 

RECURSO POR PRISÃO MAIOR 

Na apelação pelo aumento da pena contra Jamilzinho e os outros dois réus também sentenciados pelo assassinato do estudante de Direito, a advogada e mãe da vítima listou situações como tentativa de incriminar ainda mais os sentenciados. 

Uma delas: 

“Veja que estamos diante de 3 (três) acusados, cuja fama transcende os autos. Jamil Name Filho sempre foi temido por seu comportamento ultrajante e violento, sendo pessoa que se envolveu em inúmeros crimes, inclusive outro júri futuro [o do Playboy da Mansão], onde se noticia outro crime de morte por mera futilidade em razão de uma discussão em uma casanoturna”. 

Ainda segundo o recurso da assistente do MPMS, “... neste ponto, destaca-se, inclusive, que o réu em seu julgamento no próprio plenário do Júri, encarava de forma fixa e ameaçadora para o pai da vítima na hora de seu depoimento, momento em que o Juiz de Direito Dr. Aluísio,interrompeu o depoimento (do pai da vítima Paulo Roberto Teixeira Xavier) para perguntar se preferiria que o réu fosse retirado do plenário”. 

Noutro trecho da apelação, Cristiane de Almeida comenta sobre o outro réu que foi condenado junto com Jamilzinho pela morte do estudante de Direito: 

“Marcelo Rios teve 02 vídeos exibidos durante o julgamento, sendo que em um dos vídeos, agride com socos e chutes um idoso, inclusive quando este último já estava caído no chão, e no outro vídeo agride violentamente um rapaz acuando-o contra a parede. Agressivo, inescrupuloso, a humanidade afastou-se em muito deste ser humano, aliás, em seu interrogatório resta evidente que em suas próprias palavras, sua personalidade e comportamento social são desvirtuados”. 

OS ASSASSINATOS 

O estudante de Direito, segundo apurou o MPMS, foi morto no lugar do pai, Paulo Xavier, que seria o alvo de Jamilzinho. O rapaz tirava a caminhonete do pai da garagem para, depois, seguir com seu carro para a faculdade. Assim que saiu na rua foi fuzilado por pistoleiros, que acharam tratar-se de Xavier.

Xavier, o pai do rapaz, trabalhava para a família de Jamilzinho. Ele é policial militar reformado. 

Noutro julgamento cuja data ainda não foi divulgada, Jamilzinho foi denunciado por mandar matar o conhecido Playboy da Mansão. Pelo apurado, o réu havia discutido com o rapaz, anos atrás numa boate, em Campo Grande.

Em outubro de 2018, a vítima foi baleada pelas costas, num bar, enquanto conversava com um casal de amigos. Morreu ali. 

Jamizinho é apontado como chefe de milícia armada. Antes de preso, em 2019, ele empregava como seguranças, geralmente, integrantes de forças oficiais, como Guarda Municipal, Polícia Civil e Militar.