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MATO GROSSO DO SUL Dos mortos em confronto policial nos últimos 10 anos, 88% são homens e 49% jovens Nos últimos três anos, dois policiais foram mortos em serviço, durante transporte de presos 6 SET 2023 • POR Naiara Camargo • 11h00
434 pessoas morreram em confronto com agentes de Estado, nos últimos 10 anos   ARQUIVO/CORREIO DO ESTADO

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam que 434 pessoas morreram em confronto com agentes de Estado, nos últimos 10 anos, entre 2013 e 2023, em Mato Grosso do Sul. 

Os dados apontam que o perfil dos mortos é na maioria de homens e jovens, com idade entre 15 a 29 anos. Não há informações regionais sobre cor e classe social.

Dos mortos em confronto:

Com relação à idade:

Já com relação ao número de mortes em confronto com a polícia por ano, os dados apontam que:

A reportagem solicitou à Sejusp dados referentes ao perfil étnico e socioeconômico, mas a Secretaria informou que não possui estes números.

O confronto entre forças de segurança governamentais e grupos armados ocorrem em situações de abordagem policial, roubos, flagrantes de tráfico de drogas, policiamento ostensivo em bairros, entre outras ocorrências.

As armas de fogo utilizadas pelos autores e apreendidas pelos policiais, geralmente, são pistola .40 e revólver calibre 38.

O armamento utilizado pela Polícia Militar, atualmente, é a pistola .40 e pela Polícia Civil pistola Glock 9mm.

De acordo com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, mortes registradas em confronto policial são classificadas como homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), afirmou, em 26 de abril de 2023, que as mortes por intervenção policial são reflexo do aumento do crime organizado e o deslocamento das facções da fronteira MS/Paraguai/Bolívia para o centro do Estado.

"A segurança pública de Mato Grosso do Sul vai continuar atenta, mantendo o ambiente de segurança para que o Estado tenha essa garantia de desenvolvimento com tranquilidade. E a polícia vai agir sempre em reação a esses movimentos, principalmente do crime organizado", disse Riedel.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado em 19 de junho de 2023, o secretário da Sejusp, Antônio Carlos Videira, afirmou que mortes em confronto ocorrem porque o policial defende a sociedade de criminosos que não respeitam o Estado.

“Se um criminoso ataca um policial fardado, imagina o que ele faz com o cidadão comum. Nós estamos preocupados em defender a sociedade e defender os nossos policiais de bandidos que desafiam o estado, desafiam a sociedade, desafiam o cidadão. Ele tem que ser preso e se para ele ser preso, ele reagir, infelizmente acaba vindo a óbito”, disse.

O Correio do Estado entrou em contato com a Sejusp na terça-feira (5) e quarta-feira (6), através de email e mensagem, para comentar os números, mas, até o fechamento desta reportagem, não foi respondido. 

Além disso, também tentou contato o secretário da Sejusp, Antônio Carlos Videira, por meio de ligação, para avaliar os dados, mas não foi atendido até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para resposta. 

POLICIAS MORTOS

Dois policiais civis da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf) foram mortos, em 9 de junho de 2020, no centro de Campo Grande.

Antônio Marcos Roque da Silva, de 39 anos e Jorge Silva dos Santos, de 50 anos, foram executados pelas costas por bandidos que estavam dentro da viatura, durante transporte de presos.

Não houve registro de morte de policiais civis e militares em confrontos em 2021, 2022 e 2023. No entanto, há quatro casos de suicídio de policiais da ativa, sendo dois da Polícia Militar e dois da Polícia Civil.