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ENVOLVIDO NO CRIME Motorista de assalto a joalheria é morto em confronto com o Choque Policiais recuperam com ele parte das joias e ainda buscam os dois suspeitos pelo assalto 20 SET 2023 • POR LEO RIBEIRO E NAIARA CAMARGO • 10h30
Luciano foi apontado como motorista da dupla que cometeu assalto em joalheria   Reprodução

Acusado de ser o motorista que levou a dupla responsável pelo assalto em joalheria - cometido a 50 metros de delegacia na manhã de segunda-feira (18) -, Luciano Rosa da Silva, de 47 anos, morreu em confronto com o Batalhão de Choque no Jardim Noroeste, pouco mais de 24 horas depois do crime. 

Ainda sem identificar publicamente os demais comparsas, o Coronel Rocha do Batalhão de Choque destacou, em entrevista coletiva na manhã de hoje, que todos os envolvidos são faccionados, resumindo essa ação à três envolvidos. 

Rocha chamou de resposta adequada ação do Choque. Foto: M.V

"Pode ter alguém orquestrando; passando informação; liderando ou gerenciando, mas nessa foram os dois que entraram e o terceiro que estava no Fiesta Hatch pronto para dar fuga", disse.

Conforme o Batalhão, Luciano esperou enquanto os parceiros cometiam o crime, localizado em uma residência na rua do Bananal. Em descrição, ele teria entrado correndo em casa ao perceber a equipe policial. 

O relato, segundo Choque, segue detalhando que houve ordem para que ele colocasse as mãos na cabeça, momento em que Luciano teria disparado contra os policiais. 

"Em determinado momento tenta a abordagem e já nesse primeiro contato esse indivíduo passa a atirar contra a equipe, onde é prontamente dada a resposta adequada. Ele é atingido, desarmado e socorrido, vindo a óbito posteriormente. Ele tenta correr, mas vê que não vai conseguir e atira contra a equipe. No bairro Noroeste, não sei se falei", justifica o coronel.

Rocha ainda ressalta o que chama de "audácia" dos indivíduos, dada a localização da ação criminosa que, por considerar diferenciada, necessitou do empenho de boa parte do efetivo operacional diário do Batalhão de Choque.

"Batalhão de Choque sempre opera com essa força total, justamente para dar a resposta adequada, de uma forma segura", pontuou o Coronel, tendo em vista que, além do acusado, nenhum agente ficou ferido.  

Relembre o caso

Nas primeiras horas da manhã de segunda-feira (18), dois indivíduos entraram em uma joalheria do centro de Campo Grande, que fica cerca de 50 metros da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) da região central. 

"Um deles armado, a princípio com um revólver calibre 38, utilizaram arma de fogo para fazer ameaças. Se evadiram, mas não foi identificado ainda o veículo que estavam", expôs o delegado Edgard Punsky, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), após o crime. 

Com o primeiro indivíduo entrando bem trajado na joalheria, a criminosa é distraída com o falso comprador enquanto este sinaliza para o comparsa que entra armado na loja e em poucos minutos rendem os funcionários locais. 

Câmeras flagraram toda a ação criminosa no interior da joalheria e, já do lado de fora, toda a fuga dos criminosos que saem correndo do local num primeiro momento antes de chegarem ao carro. 

Mortes por agente do Estado

Ainda no último sábado, ao noticiar a morte do "Neném do PCC", em confronto com o Batalhão de Choque em Sidrolândia, o Correio do Estado trouxe deste ano, que apontavam para 83 pessoas vitimadas por agentes do Estado. 

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), levantados na manhã desta quarta-feira (20) e que não contabilizam a morte de Luciano, apontam para 86 mortos em confronto por intervenção de agente do Estado.  

Ainda que a Sejusp não relacione informações quanto ao perfil socioeconômico, ou mesmo a distinção étnica, se essas vítimas são indivíduos negros ou brancos, a pasta aponta idade e gênero. 

Nesse contexto, em um período de 10 anos, entre 2013 e 2023, cerca de 442 pessoas foram mortas por intervenção de agente do Estado, em 368 ocorrências registradas nessa última década pela Secretaria. 

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