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CAMPO GRANDE Maníaco da Cruz se recusa a voltar para cela e agride policial penal Após banho de sol, ele também ameaçou policiais de morte caso não lhe dessem erva de tereré 27 SET 2023 • POR Glaucea Vaccari • 12h02
Dyonathan Celestrino em 2017   Arquivo

Dyonathan Celestrino, de 30 anos, conhecido como Maníaco da Cruz, causou confusão no Instituto Penal de Campo Grande no fim da tarde dessa terça-feira (26). Ele agrediu um policial penal e ameaçou de morte outros agentes.

De acordo com boletim de ocorrência, o caso aconteceu após o banho de sol.

Dyonathan estava no solário de cela especial e, durante o procedimento de fechamento da ala, ele estava alterado e se recusou a voltar para sua cela.

Ainda segundo o boletim de ocorrência, o rapaz aparentava estar em estado de abstinência e surto, se jogando ao solo e contra as paredes. A todo momento, ele gritava que mataria os policiais penais e exigia erva de tereré, caso contrário "causaria problemas".

Equipe de resistência foi acionada para ajudar a conter o preso, ma ele continuou demonstrando resistência, segurando-se na porte para não entrar na cela e desferindo socos e pontapés.

Um dos policiais foi atingido por socos no rosto. 

Conforme a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), o policial penal sofreu uma lesão no nariz e foi encaminhado imediatamente para atendimento médico. Ele está afastado do serviço e a Agepen presta assistência ao servidor.

Quando a Dyonathan Celestrino, foi registrado boletim de ocorrência contra ele por lesão corporal dolosa e resistência. O Maníaco da Cruz também será encaminhado para avaliação médica.

Internação em presídio

Dyonathan Celestrino é responsável por uma série de assassinatos em Rio Brilhante, em 2008, e desafia o sistema penitenciário. Isto porque ele segue internado na ala de saúde do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) por falta de um ambiente adequado ao seu quadro de psicopatia.  

A internação pelos crimes cometidos em 2008, quando ainda era adolescente, já foi cumprida entre os anos de 2008 e 2011. Ele atingiu a maioridade penal, de 21 anos, em 2013, quando deveria ter sido solto, mas devido à impossibilidade de reintegração à sociedade e a falta de vagas em hospitais de custódia, segue no Instituto Penal.

Dyonathan é avaliado regularmente por perícia médica, para constatar se há a cessação de periculosidade ou permanência, tendo o último laudo, do início deste ano, apontado que ele continua com transtornos de psicopatia que impedem o convívio social, sendo mantida a medida de segurança de internação.

Os crimes

O serial killer conhecido como Maníaco da Cruz, escolhia as vítimas de forma aleatória, e obrigava que respondessem diversas perguntas sobre comportamento sexual. Se fossem consideradas impuras, eram assassinadas, tendo seus corpos posicionados em sinal de crucificação.  

A primeira vítima do Maníaco da Cruz foi seu vizinho, o pedreiro Catalino Gardena, de 33 anos, morto no dia 2 de julho de 2008. No julgamento de Dyonathan, Catalino “mereceu” morrer porque era alcoólatra e homossessual.  

A segunda vítima foi Letícia Neves de Oliveira, de 22 anos, foi assassinada no dia 24 de agosto do mesmo ano, por ser homessexual. No dia 3 de outubro, o Maníaco da Cruz fez a terceira vítima, Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada seminua em uma obra, com um bilhete próximo ao corpo citando que “morto não responde aos recados”.

Na época em que foi apreendido, Dyonathan disse que matou as vítimas porque elas não seguiam os preceitos de Deus. O Maníaco da Cruz foi apreendido em sua casa em outubro de 2008, e posteriormente, encaminhado à Unei de Ponta Porã.  

Em 2013, ele fugiu da unidade para o Paraguai, sendo encontrado e preso novamente.  

Há pelo menos 10 anos ele está submetido a interdição e medida de segurança, o que o mantém como interno na ala de saúde do Instituto Penal de Campo Grande.