O governo do Estado está otimista e prevê que a economia do Estado crescerá 14,58% nos próximos quatro anos, entre 2024 e 2027. A previsão está no Plano Plurianual (PPA) enviado à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) nesta semana, que deve ser votado até o fim deste ano legislativo.
A estimativa média de crescimento para o período 2024-2027, segundo o governo de MS, é de 3,64% ao ano. Para o ano que vem, o governo prevê um crescimento de 3,97%.
No Plano Plurianual, o governo analisa a conjuntura nacional e do Estado e afirma que a atividade econômica de Mato Grosso do Sul terá um ambiente positivo em relação à expectativa para o Brasil. “Na maioria dos anos, quando a economia brasileira cresce, MS tem crescido a taxas superiores. Inclusive, em 2020, quando o Brasil registrou uma recessão por conta da pandemia, o Estado permaneceu com crescimento. Isto indica a pujança da economia de MS e as expectativas de crescimento para os próximos anos superiores às médias do Brasil”, indica o texto do PPA.
O Plano Plurianual integra o tripé das leis orçamentárias do Brasil. Todo gestor público chefe de Executivo deve enviar, de quatro em quatro anos, sempre depois que toma posse, um PPA, em que apresenta as diretrizes de governo durante todo o mandato. Anualmente, outras duas leis, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e a Lei Orçamentária Anual (LOA), a primeira apresentada no primeiro semestre e a segunda, na segunda metade do ano, também são enviadas às Casas Legislativas. São elas que organizam a administração pública.
Análise
A participação do setor primário na economia de Mato Grosso do Sul é o fator que tem garantido o crescimento do Estado e também melhorado as previsões para os próximos quatro anos. O setor primário é o que congrega matérias-primas e produtos semiacabados. Nele se inclui a maioria dos produtos que puxam a balança comercial do Estado: grãos (soja e milho), carne, minério de ferro e até mesmo a celulose (dependendo do nível de processamento).
“É possível observar uma evolução significativa da participação do setor primário no PIB [Produto Interno Bruto] do estado de MS, saindo de 17,3% para 23,7%. Isto evidencia a consolidação do setor agropecuário e sua importância na geração de riquezas”, afirmou o relatório contido no PPA.
“Essa evolução se deve muito mais à evolução da agropecuária do que à paralisação dos demais setores, quando fazemos referência ao crescimento econômico vivido no Estado mesmo em período de crise nacional”, prosseguiu o governo em sua análise.
Quanto aos outros setores, a análise de conjuntura mostra que o setor secundário (indústria) permaneceu praticamente estável em Mato Grosso do Sul, enquanto o setor terciário (serviços) teve uma queda no Estado.
Outros fatores
A análise econômica feita pelo governo estadual também leva em consideração outros fatores, como o mercado de trabalho, que tem registrado saldos positivos na geração de vagas de trabalho (mais de 30 mil no acumulado deste ano), e uma realidade de pleno emprego que perdura desde o fim de 2022 (apenas 3,3% da população desocupada).
Já a inflação, segundo o PPA, preocupa sobretudo pela discrepância de números. Enquanto o índice inflacionário de Campo Grande, aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mantém-se em linha com a média nacional, o custo da cesta básica, aferido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), coloca a capital de Mato Grosso do Sul entre as cinco com a cesta básica mais cara do País.
“Neste contexto, seria importante realizar estudos que analisassem e qualificassem essa questão de modo a identificar os causadores desse elevado preço de cesta básica e traçar estratégias para redução destes valores”, diz o PPA.
O plano
No Plano Plurianual, o governo de Mato Grosso do Sul também apresenta mais detalhes de outros setores, que serão apresentados nos próximos dias. Na prática, o PPA 2024-2027 é a consolidação do planejamento estratégico realizado por Eduardo Riedel quando ele ainda era secretário de Governo e Gestão Estratégica da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB).
O PPA também é, basicamente, a consolidação, com alguns ajustes, do plano de governo apresentado por Eduardo Riedel durante a campanha eleitoral, no ano passado.
O lema do governo de Riedel é o seguinte: “Ser um estado inclusivo, próspero, verde e digital”. O PPA está dividido em quatro eixos temáticos: desenvolvimento social; produção, competitividade e integração; inovação e sustentabilidade; e governança e gestão para resultados.
No Plano Plurianual também está estabelecida a geração de valor público, ou seja, os valores defendidos pelo governo atual, que são: exercer a cidadania inclusiva, com dignidade, equidade e justiça social; garantir a qualidade e o acesso aos serviços públicos para todos; promover a competitividade e a sustentabilidade no território estadual; e elevar a percepção de valor recebido pela sociedade.