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Subsídio para o transporte coletivo deve seguir, mas valor depende da tarifa técnica

Valor repassado ao Consórcio Guaicurus é referente às gratuidades concedidas a estudantes e pessoas com deficiência

13 NOV 2023 • POR Daiany Albuquerque • 09h30
Transporte coletivo deve custar mais caro na Capital e reajuste pode ser publicado ainda neste ano   MARCELO VICTOR

Implantado em 2022 como forma de compensar as supostas perdas alegadas pelo Consórcio Guaicurus, concessionária responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande, o subsídio para as gratuidades concedidas pela prefeitura da Capital deve ser renovado mais uma vez, agora para o ano de 2024. O valor, porém, depende da tarifa técnica da passagem de ônibus, que ainda não foi definida.

Segundo o diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Odilon de Oliveira Júnior, a tendência é de que essa ajuda seja renovada para o próximo ano, a depender também da Câmara Municipal.

“O subsídio foi criado com a intenção de custear as gratuidades que são concedidas em Campo Grande, então, deve ser mantido, mas quem bate o martelo sobre isso é a prefeita [Adriane Lopes]. Lembrando que o projeto é submetido à Câmara Municipal, e são os vereadores que aprovam ou não esse repasse”, declarou Odilon.

Neste ano, o valor destinado ao Consórcio Guaicurus será de cerca de R$ 12 milhões pela prefeitura, por causa das gratuidades dos estudantes da Rede Municipal de Ensino (Reme) e de pessoas com deficiência e com câncer.

O governo do Estado também contribuirá, neste ano, com R$ 10 milhões, referentes aos alunos da Rede Estadual de Ensino (REE).

Em 2022, depois de entrar na Justiça para pedir que fosse cumprida a tarifa técnica (valor considerado ideal de acordo com cálculos de gastos da empresa), o Consórcio Guaicurus conseguiu acordar com a prefeitura um repasse de até R$ 1 milhão por mês como forma de subsídio. Mais tarde, em junho daquele ano, o governo do Estado também se comprometeu a ajudar com o repasse de R$ 7,5 milhões.

No ano passado, o Consórcio Guaicurus também recebeu um repasse do governo federal como forma de pagar pela gratuidade dos idosos. Foram destinados R$ 14,7 milhões para a concessionária.

TARIFA TÉCNICA

Reunião entre o Consórcio Guaicurus e os motoristas de ônibus hoje deve definir o porcentual de reajuste que a categoria terá. O valor desse aumento é o dado que falta para que a Agereg faça o cálculo da tarifa técnica do transporte coletivo.

Esse valor é o que norteia a Prefeitura de Campo Grande na concessão de reajuste da passagem para o consumidor comum e também o valor a ser repassado como forma de subsídio ao Consórcio Guaicurus.
Na reunião, além de representantes dos funcionários da concessionária de transporte coletivo e do próprio consórcio, a Agereg também deve participar, a convite da empresa.

De acordo com o diretor-presidente da agência, Odilon de Oliveira Júnior, esse é o único dado que falta para que a Agereg faça o cálculo da tarifa técnica e repasse para que o Executivo Municipal defina o valor do reajuste.

“A gente está aguardando o Consórcio informar o porcentual do reajuste dos funcionários, porque isso influencia o valor em que deve ficar a tarifa técnica, mas assim que tivermos esse porcentual faremos o cálculo e passaremos para aprovação no conselho e depois para a prefeita”, explicou.

O valor deverá ser definido, segundo garante Odilon, até o dia 12 de dezembro, que é quando ocorrerá a próxima reunião do Conselho de Regulação, o qual é formado por integrantes da Agereg, da prefeitura, do Consórcio Guaicurus e de outras entidades.

“Depois que o valor for aprovado no conselho, passamos para o Executivo. Acredito que, como neste ano está pacificado, não devemos ter muita demora para ser feita a divulgação do porcentual final. Espero que seja ainda neste ano, porque não queremos fazer em cima da hora”, afirmou o diretor-presidente.

Hoje, a tarifa do transporte coletivo está fixada em R$ 4,65, a segunda maior entre as capitais da Região Centro-Oeste, atrás apenas de Cuiabá (MT), onde a passagem de ônibus custa R$ 4,90.
Já a tarifa técnica, valor que é usado pela prefeitura e pelo governo para calcular o subsídio, está em R$ 5,80.

REAJUSTE

No fim do mês passado, a Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que a prefeitura deve conceder o reajuste da tarifa de ônibus sempre no mês de outubro de cada ano. 

O Consórcio entrou na Justiça alegando que a prefeitura vem descumprindo o reajuste tarifário, que tem como data-base estabelecida em contrato o mês de outubro de cada ano. 

Diante de todas as alegações, a juíza Cíntia Xavier Letteriello deferiu parcialmente os pedidos de tutela provisória antecedentes, determinando que a prefeitura deve, no prazo de 15 dias, comprovar o reajustamento da tarifa, tendo o mês de outubro como data-base.

A prefeitura terá, ainda, o prazo de 30 dias para apresentar resposta.