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aumento de preços

Com alta de 16%, Capital registra a segunda maior valorização imobiliária do Brasil

Índice FipeZap aponta que o metro quadrado comercializado em Campo Grande custa, em média, R$ 5.731

16 NOV 2023 • POR Evelyn Thamaris • 10h00
A região Prosa tem o metro quadrado mais caro da Capital   GERSON OLIVEIRA

Os preços de imóveis residenciais em Campo Grande seguem em alta, com elevação de 15,93% nos últimos 12 meses. Relatório da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra que, na variação anual encerrada em setembro, a Capital figura na segunda posição entre as capitais do Brasil com maior apreciação nos preços de venda.

O Índice FipeZap compara o preço médio de venda de imóveis residenciais em 50 municípios do Brasil e, entre as capitais avaliadas, Campo Grande perde apenas para Maceió, que registrou aumento de 17,62%. 
Na sequência das 10 maiores valorizações estão Goiânia (15,28%); Florianópolis (13,05%); Manaus (10,70%); Vitória (8,26%); Recife (8,15%); João Pessoa (7,93%); Belo Horizonte (7,66%); Curitiba (7,10%); Fortaleza (6,78%); e Salvador (5,67%).

O preço médio do metro quadrado custa R$ 5.731 na capital sul-mato-grossense, enquanto o índice médio nacional ficou em R$ 8.622 por metro quadrado.   

O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-MS), Eli Rodrigues, avalia o cenário destacando a estabilidade do mercado, com ressalvas para o período pandêmico.
 “Como durante a pandemia houve uma redução nas construções, hoje podemos associar esse aumento no preço a essa questão de oferta e demanda”, explica. 

O presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, complementa que a alta é fruto da redução de oferta de novos imóveis, tanto para compra e venda como para locação. 
“O período de redução nas atividades da construção durante a pandemia se reflete no mercado de oferta aproximadamente 24 meses após a contenção nas obras”, reitera.

O representante do Creci ainda indica o aumento no custo da produção de imóveis como um dos fatores que contribuem para a valorização imobiliária. 

“Desde mão de obra até materiais, isso fez com que os preços ficassem mais elevados, tendo de ser repassados ao consumidor final”, pontua.

Conforme Paiva, as atividades econômicas já estão retornando à plenitude do período pré-pandemia. “Há um aumento na procura por moradia, ou seja, imóveis residenciais vão automaticamente se valorizar”, conclui.

Já em setembro, conforme o relatório FipeZap, Campo Grande acumulou mais um período de elevação para o segmento imobiliário de moradias, sendo 0,54%, ficando acima da média nacional, cujo registro foi de 0,45%, ocupando a 9ª posição com a maior valorização para o mês.

REGIÕES 

Ainda segundo os dados do relatório, a região campo-grandense mais valorizada é a Prosa, com preço médio de R$ 8.382 por m² registrado em setembro deste ano, acumulando variação positiva de 19,5% em 12 meses. 

Na sequência, o Centro aparece com o metro quadrado custando, em média, R$ 5.615 (16,2%). Em terceiro lugar, na região Bandeira, o valor médio é de R$ 4.946 por m² (3,3%).

Já as regiões que apresentaram desvalorização em setembro deste ano foram Segredo e Lagoa, que têm, respectivamente, o valor médio de R$ 4.148 por m² (-0,9%) e R$ 3.417 por m² (-2,3%).

A região Imbirussu é a próxima do ranking, com o metro quadrado valendo, em média, R$ 3.325 (15,6%) em setembro deste ano. Enquanto no Anhanduizinho o valor médio apresentado foi de R$ 3.317 por m², aumento de 15,5%.

A presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Sindimóveis-MS), Luciana de Almeida, reforça que, atualmente, Campo Grande é uma das 50 cidades brasileiras mais caras para se morar. 

“Quando se analisa o valor do metro quadrado dos imóveis, as construções residenciais têm se destacado, o que resulta na ocupação de grandes áreas e na valorização de toda a região que engloba. A região Prosa é a que mais se valoriza”, enfatiza.

ACUMULADO

O relatório também mostra que Campo Grande é a quarta capital com maior variação parcial no acumulado de janeiro a setembro, com 9,68%, perdendo apenas para Maceió, com 12,61%; Goiânia, com 10%; e Florianópolis, com 9,99%.

Em setembro deste ano, reportagem do Correio do Estado divulgou que Campo Grande ocupava o segundo lugar entre as capitais, quando o índice apontou que a variação ficou em 9,09%. 

A média nacional parcial fechou com alta de 3,88% no balanço de 2023, superando a inflação registrada, de 3,59%, e também o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas (FGV), que se fixou em -4,93% até agosto.

Na análise dos últimos cinco anos, somente em 2019 houve desvalorização de imóveis residenciais na Capital, quando a queda identificada foi de 1,40%.

Nos anos seguintes, sucessivos aumentos foram registrados, sendo 5,91% em 2020; 5,97% em 2021; 14,03% em 2022; e 15,93% de janeiro a setembro deste ano.