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Com fumaça do Pantanal, qualidade do ar chega a nível crítico em Campo Grande Chuva foi registrada em algumas regiões, mas não o suficiente para dissipar fumaça 19 NOV 2023 • POR Glaucea Vaccari • 15h59
Campo Grande está encoberta por fumaça do Pantanal   Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Os incêndios florestais que atingem o Pantanal trazem reflexos em Campo Grande. A capital de Mato Grosso do Sul, que fica localizada a cerca de 440 quilômetros de Corumbá, região onde se concentram os maiores focos, amanheceu neste domingo encoberta pela fumaça dos incêndios.

Durante a tarde, algumas regiões chegaram a registrar pancadas de chuva, mas em acumulado insuficiente para dissipar a fumaça.

Com isso, a qualidade do ar da Capital atingiu níveis críticos. Segundo a Estação de Qualidade do Ar de Campo Grande, QualiAr, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), nesta tarde, o índice de qualidade do ar chegou a 89, considerado ruim. Na última sexta-feira (17), o nível estava em 67.

Índice de qualidade do ar chegou ao nível considerado ruim (Reprodução QualiAr)

O professor doutor de Física, Widinei Fernandes, membro do Instituto de Física da UFMS, explicou que os índices estão fora do normal, devido à fumaça que vem dos incêndios florestais.

Segundo disse ele ao Correio do Estado na sexta-feira, desde o dia 15 de novembro a concentração das partículas poluentes de fumaça aumentou de forma significativa na Capital.

Até a quarta-feira (15), os índices estavam bons, passando para moderado na sexta e chegando ao nível considerado ruim hoje.

"Esse aumento foi devido, a chegada dessa pluma, em decorrência das queimadas que ocorreram no Pantanal e também na Amazônia", aponta o professor.  

Com a condição de ar "ruim", o professor recomenda o uso de máscaras, para reduzir a inalação de partículas poluentes e, desta forma, prevenir doenças respiratórias. 

Conforme o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec) há uma grande concentração de fumaça sobre as regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, oriunda dos incêndios florestais, principalmente da Amazônia Boliviana.

"No Mato Grosso do Sul a fumaça fica potencializada, mais localmente, devido aos incêndios florestais no Pantanal. Os ventos sopram de noroeste em Mato Grosso do Sul", diz o Cemtec, em nota.

Várias regiões da cidade estão esfumaçadas (Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado)

Além de Campo Grande, diversas cidades do Estado, principalmente as da região oeste, vem sofrendo com a fumaça das queimadas, que aumentaram na última segunda-feira (13) na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul.

Em Corumbá, conforme reportagem do Correio do Estado, além da fumaça densa, os moradores  sofreram com um apagão de internet, telefonia e energia elétrica na quinta-feira (16) por conta do fogo no Pantanal. O sinal ficou completamente interrompido por cerca de 20 minutos e após isso ocorreram oscilações.

 Incê ndio

Em Mato Grosso do Sul, foi decretado estado de emergência as cidades de Corumbá, Ladário, Miranda, Porto Murtinho e Aquidauana, devido aos incêndios florestais.

Os Bombeiros de Mato Grosso do Sul confirmaram que na última semana houve um aumento expressivo nos números de focos de calor no estado de Mato Grosso do Sul.

No final do mês de novembro na região é comum que já haja precipitações de chuvas consideráveis, porém esse ano ainda não houve chuvas e as temperaturas na região do Pantanal chegam a 46° C e ventos que ultrapassam os 50 km/h, tornando o combate direto aos incêndios florestais um desafio ainda maior.