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INCÊNDIO FLORESTAL Chuva ameniza focos de calor no Pantanal, mas é insuficiente para apagar incêndios Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 9,5 milímetros em Nhumirim e 10,5 milímetros em Miranda; previsão é de mais chuva para os próximos dias 20 NOV 2023 • POR Naiara Camargo • 13h00
  DIVULGAÇÃO/Governo de MS

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a chuva registrada neste domingo (19) apagou alguns focos de calor e amenizou incêndios no Pantanal sul-mato-grossense.

A chuva não foi suficiente para encerrar queimadas no Pantanal, mas ajudou a controlar o fogo em alguns pontos.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu 9,5 milímetros em Nhumirim, 10,5 milímetros em Miranda e a previsão é de mais chuva em vários municípios da região dos próximos dias.

O Inmet emitiu alerta laranja de tempestade para todos os municípios do Pantanal, com chuva entre 30 e 60 milímetros/hora ou 50 e 100 milímetros/dia, com ventos de 60 km/h. Portanto, a expectativa é que a chuva apague boa parte do fogo nos próximos dias.

Atualmente, dezenas de bombeiros militares atuam na prevenção, combate e controle de incêndios florestais no Pantanal do Paiaguás, Pantanal do Rio Negro e Passo do Lontra.

Na semana passada, os militares também atuavam no Pantanal do Nabileque, Pantanal do Nhecolândia e Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema. A atuação faz parte da Operação Pantanal 2023, iniciada em 17 de julho de 2023.

Os militares utilizam equipamentos específicos de proteção para combate do fogo, como drones, roupas com tecnologia de resfriamento, botinas resistentes as chamas, óculos, máscaras, capacetes, luvas e avião Air Tractor (tem capacidade para transportar até três mil litros de água, é usado em regiões de difícil acesso).

De acordo com a tenente-coronel do Corpo de Bombeiros e chefe do Centro de Proteção Ambiental, Tatiane Inoue, aceiros são implantados para conter o fogo.

“Nessa região do Rio Negro, devido as condições climáticas extremas, está sendo realizado o combate direto e também indireto as chamas. Com a criação de aceiros, que são faixas de terra onde é feita a retirada do material vegetal para impedir a continuidade do incêndio. E também a técnica de usar o “fogo-contra-fogo” com o intuito de suprimir a vegetação que seria queimada acabando com o combustível necessário para a continuidade do incêndio florestal”, explicou a tenente-coronel do CBMMS.

Além disso, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS) tem parceria com a National Aeronautics and Space Administration (Nasa) para combater e prevenir incêndios florestais no Pantanal e Cerrado sul-mato-grossense.

A corporação utiliza monitoramento via satélite e tecnologia de navegação, dados e inteligência artificial, em convênio com a Agência do governo dos Estados Unidos, para controlar o fogo no território sul-mato-grossense.

A Polícia Federal (PF), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) também auxiliam no monitoramento via satélite e tecnologia de navegação.

QUEIMADAS

Pantanal, bioma localizado entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e países da Bolívia e Paraguai, está em chamas novamente.

Mais de 1,2 mil espécies de animais e duas mil plantas nativas estão ameaçadas em incêndios florestais.

Em outubro e novembro, o fogo tomou conta do Passo do Lontra, Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, Pantanal do Paiaguás, Pantanal do Nabileque, Pantanal da Nhecolândia e Pantanal do Rio Negro. O que era verde, virou cinza.

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que 3957 focos de calor foram registrados no mês de novembro de 2023 no Pantanal sul-mato-grossense.

De acordo com o Coordenador Estadual do PrevFogo/IBAMA, Márcio Ferreira Yule, a alta dos incêndios ocorridos no mês de novembro são preocupantes, considerando que, geralmente, o mês de outubro é marcado por mais queimadas e, em novembro, costuma-se ver o cenário melhorar em função das chuvas. 

“É alarmante porque é no mês de outubro de todos os tempos que é registrado mais focos de calor e mais área queimada. No ano de 2020, o mês de novembro foi quando começou a chover”, explicou o profissional em 18 de novembro de 2023.

O especialista explica, portanto, que no mês de novembro, o esperado seria uma situação já normalizada. 

“O estado e o bioma do Pantanal  atravessaram a primeira onda de calor em setembro. A segunda onda de outubro já teve uma intensidade maior que a primeira onda. Agora já estamos sofrendo as consequências da terceira onda de calor que muda o comportamento do fogo e traz danos ambientais imensos”, disse em 18 de novembro de 2023.

As queimadas transformam cenários verdes e cheios de vida em cinzas e mortes. O fogo destrói matas, áreas verdes, vegetações, florestas, biodiversidade e espécies nativas do Pantanal.

As queimadas são extremamente nocivas ao meio ambiente, pois emitem poluentes atmosféricos, reduzem a biodiversidade, destroem matas, devastam a vegetação, prejudicam a fauna e flora, eliminam a cobertura vegetal nativa, comprometem florestas, campos e savanas e matam o ecossistema.

Mudanças climáticas, calor excessivo, escassez de chuvas e baixa umidade relativa do ar favorecem a ocorrência de queimadas no Estado.

PREVENÇÃO

As formas de evitar a propagação de incêndios florestais no Pantanal são:

CRIME

Incendiar espaços públicos e áreas preservadas é crime. 

De acordo com o Artigo 250 do decreto lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940 do Código Penal Brasileiro, causar incêndio que cause perigo à vida ou ao patrimônio público é crime, com pena de três a seis anos de reclusão e multa. A detenção diminui para seis meses a dois anos caso o incêndio for culposo.

Os números para denúncia são: