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DENÚNCIA

Jornalistas canadenses e esposa denunciam que foram agredidos e sequestrados em fazenda de MS

A trabalho em terras indígenas, o casal e mais um engenheiro florestal foram pegos em uma emboscada no município de Iguatemi

23 NOV 2023 • POR Suelen Morales • 17h43
Aos menos 30 pessoas encapuzadas cercavam o veículo e disseram que "não eram bem-vindos", "vão embora daqui".   Reprodução

Um casal de jornalistas, entre eles um canadense, e um engenheiro florestal denunciaram terem sido vítimas de agressões físicas e verbais em um emboscada no entroncamento rural na rodovia 295 que liga a rodovia 386, no município de Iguatemi. Aos menos 30 pessoas encapuzadas cercavam o veículo em que estavam e disseram que "não eram bem-vindos", "vão embora daqui".

Conforme o registro do Boletim de Ocorrência, o trio estavam no local após participarem de uma assembleia indígena Aty Guasu para verificar uma denúncia de sequestro de uma família Guarani Kaiowá. A trabalho, o objetivo era a produção de um vídeo documentário. 

“Por volta das 15:30, próximo ao território da retomada, ecnontramos uma série de veículos, a maioria caminhonetes, bloqueando a passagem e resolvemos dar a volta e retornar. Neste momento os veículos com mais de 30 pessoas não indígenas os seguiram e abordaram. Mesmo explicando que estavam lá somente cobrindo midiaticamente o acontecimento, os agressores os deitaram no chão e iniciaram uma série de agressões. Cortaram meu cabelo com uma faca e outros me deram chutes nas costas e costelas”, relatou o jornalista canadense, Renaud Philippe de 39 anos.

Sua esposa, a antropológa Ana Carolina Porto, de 38 anos conta que antes de caírem em uma emboscada haviam passado por um posto da Delegacia de Operações na Fronteira (Dof), mas que não foram alertados sobre uma possível aréa de conflito.

“Haviam pessoas armadas com revolver e uma alertou para que a gente saísse do local porque iria ficar perigoso. Tentamos retornaram ao veículo e no trajeto fomos interceptados, agredidos fisicamente e verbalmente. Enquanto eramos agredidos, outras pessoas levaram nossos objetos pessoais, como:  documentos, duas câmeras fotográfica fugifilm, três lentes para as câmeras e seis baterias, aparelho de som com microfone acoplado, dois celulares iphones, óculos de grau e minha bolsa", relembra a repórter.

Por fim, o engenheiro florestal, Renato Farac, de 41 anos, conta que conheceu o casal durante essa a viagem de trabalho em Iguatemi. Após deixarem um indígena em sua aldeia e terem ido fazer um lanche, foram pegos de surpresa ao retornarem para a região rural.

"Renaud goi garedido com maior contundência, fomos xingados por inúmeras pessoas que surgiram no local. Estavamos num carro alugado e levaram  minha mochila com carteira, documentação e dinheiro. Em certo momento, conseguimos escapar e vir para a cidade denunciar", conta o engenheiro florestal, amigo do casal.


Segundo um vídeo divulgado nas redes sociais, os jornalista e o engenheiro confirmam que foram abordados por homens utilizando capuz e acabaram agredidos. Além disso, policiais militares viram a agressão, mas não fizeram nada. Confira os depoimentos:



Nossa equipe de reportagem entrou em contato com a líder Guarani Kaiowá, mas até o fechamento desta reportagem não tivemos retorno.

Já  o delegado da Polícia Federal Eduardo Pereira e a Força Nacional realizaram diligências na região na noite de ontem (22). Por enquanto, o resultado das investigações não foi divulgado.

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