Logo Correio do Estado

saúde MS registra cerca 1,1 mil novos casos de infecção por HIV ao ano Em Campo Grande, há 6,2 mil Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA) 2 DEZ 2023 • POR Valesca Consolaro • 16h38
  Reprodução

Em meio à campanha ‘Dezembro Vermelho’, dedicada à prevenção da infecção e combate ao HIV/Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), os dados utilizados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que, a cada ano, cerca mil novos casos de HIV são registrado em MS. 

No Brasil, entre 2020 e 2021, o número de casos de infecção pelo HIV declinou 11%, contudo, em Mato Grosso do Sul, o número de casos novos se mantém em estabilidade, não apresentando aumento ou redução expressiva.

Os números de casos novos de HIV/Aids registrados no Estado mostram uma média de 1,1 mil por ano: 

“A epidemia no estado segue o cenário nacional, acometendo mais pacientes do sexo masculino, jovens, de até 29 anos, raça preta ou parda e de homens que fazem sexo
com homens (HSH)”, informou a gerente de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais da
SES, Alessandra Salvatori.

Sobre o trabalho de prevenção e alerta, a SES informa que tenta contribuir com a sensibilização e a difusão dos mecanismos de prevenção das infecções sexualmente
transmissíveis, como testes rápidos, preservativos internos e externos. 

Além disso, busca-se capacitar os profissionais de saúde e levar informações sobre forma de contágios e métodos de prevenção, reforçando a importância da conscientização da população para o uso do preservativo em todas as relações sexuais.

A SES pontua que o desenvolvimento das ações são de programação do calendário dos municípios.

Especificamente em Campo Grande, há 6,2 mil Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA), conforme os dados do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM). 

Este dado representa o número de pessoas cadastradas ativas que já iniciaram o tratamento em algum momento do seu diagnóstico.

Campanha e cuidados 

Ontem (1º) foi a data para lembrar o Dia Mundial da Luta Contra o HIV/Aids. Por isso, em todo o mês de dezembro ações são realizadas para dar visibilidade ao tema e, principalmente, combater o estigma e a discriminação que ainda acompanham as pessoas que vivem com o HIV/Aids.

“Nesses 40 anos de luta temos muito a comemorar. Possuímos hoje medicamentos muito potentes para frear a replicação do vírus no organismo, impedindo a manifestação e o adoecimento conhecido como Aids”, disse Alessandra. 

Segundo ela, esses medicamentos suprimem de tal forma o vírus que temos o conceito hoje de indetectável igual a intransmissível, ou seja, o uso regular desses medicamentos impede que o paciente transmita o vírus para outra pessoa.

“Temos também, atualmente, uma comodidade posológica, ou seja, lá no início da pandemia há mais de 40 anos, os pacientes tomavam 10, 12 comprimidos por dia, o chamado coquetel contra o HIV. Hoje, a maioria dos pacientes toma dois comprimidos ao dia e em 2024 vamos ter a inclusão de uma nova pílula combinada onde os pacientes farão uso de apenas um comprimido ao dia”, explica. 

Logo, o termo utilizado há anos – coquetel – não cabe mais para as pessoas vivendo com HIV/Aids.

Além dos medicamentos para tratamento, há as profilaxias medicamentosas a PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e a PrEP (Profilaxia PréExposição), medicamentos que protegem as pessoas de contraírem o vírus em caso de exposição. 

Em relação às estratégias de prevenção combinada, o Estado registrou, em 2023, 1.978 usuários de PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e 1.444 pessoas com pelo menos uma retirada de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição).

Além disso, neste mesmo ano, a SES distribuiu 120,2 mil testes rápidos e 3,7 milhões de camisinhas – preservativos internos e externos – a todas as unidades de saúde dos municípios, exceto Campo Grande, pois a Capital recebe os preservativos diretamente do Ministério da Saúde. 

Os preservativos podem ser retirados em qualquer unidade de saúde, sem restrição de quantidade e sem a necessidade de identificação.

Sinais e sintomas

Os sintomas do HIV variam dependendo da fase de infecção. Ainda que na maioria dos casos o maior potencial de doença seja alcançado nos primeiros meses, muitas vezes o indivíduo não sabe ser portador do vírus.

Nas primeiras semanas após a infecção, algumas pessoas podem não manifestar sintomas. Entretanto, outras apresentam sintomas de uma síndrome gripal, incluindo febre, dor de cabeça, erupção cutânea e dor de garganta.

Como a infecção enfraquece aos poucos o sistema imunológico, a pessoa pode desenvolver outros sinais e sintomas, tais como inchaço dos gânglios linfáticos, perda de peso, febre, diarreia e tosse.

Transmissão

O HIV pode ser transmitido pelo contato com diversos fluidos corporais de indivíduos infectados, como sangue, leite materno, sêmen e secreções vaginais.

Não é possível se infectar por meio de contatos cotidianos, como beijo, abraço, aperto de mãos ou compartilhamento de objetos pessoais, comida ou água. 

Fatores de risco

Algumas práticas ou condições que podem aumentar a exposição ao vírus HIV:

Prevenção

Os indivíduos podem reduzir a possibilidade de infecção por HIV limitando a exposição aos fatores de risco. Os principais métodos de prevenção combinada são: