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Em região crítica, Shopping ainda quer ampliar área Em região crítica, Shopping ainda quer ampliar área 8 MAI 2010 • POR • 21h26

Carlos Henrique Braga

 

A expansão do Shopping Campo Grande está nos planos da BRMalls, dona de 67,6% do maior centro de compras da cidade e responsável pela comercialização dos espaços para lojas. Técnico da administradora esteve na Capital na última terça-feira e consultou o prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) sobre ampliação. O projeto, em fase de análise, só passará pelo crivo da prefeitura se apresentar reestruturação das vias de acesso e soluções para estacionamento e drenagem da área.

Segundo o prefeito, haverá "análise rigorosa" por parte das secretarias responsáveis pelas licenças para evitar que o empreendimento, que recebe cerca de 9 milhões de pessoas por ano, não torne a região, local de constantes inundações, ainda mais crítica. "Qualquer empresa que precise de autorização para reforma tem que seguir a Lei de Uso do Solo da cidade, com eles não será diferente", afirmou Trad Filho.

No Instituto de Planejamento Urbano da cidade (Planurb), o projeto ainda não chegou. Qualquer que seja a expansão, ela terá de atender à Lei de Ocupação e Uso do Solo a que se referiu o prefeito, que orienta obras na cidade e impede reformas desordenadas. Criada em 1988 e revisada em 2005, ela é "bastante flexível", segundo especialista do setor de imóveis. Disponível no site da Câmara dos Vereadores, a norma prevê revisão a cada cinco anos.

No relatório divulgado a investidores na semana passada, a BRMalls estima inaugurar a expansão no segundo trimestre de 2011, mas não dá detalhes do investimento. A assessoria da empresa também não soube informar características da obra. Por tratar-se de companhia com ações na bolsa de valores, a assessoria de imprensa local só pode posicionar-se quando o projeto for mais palpável, mas confirmou a visita do técnico a Campo Grande para dar pontapé nos planos de expansão.

Desde a inauguração, nos anos 90, o prédio passou por reformas pontuais, como em 2006, quando ampliou a praça de alimentação para 580 lugares. A difícil tarefa de encontrar mesa vaga em horários de pico prova que o ritmo de reformas não acompanhou o ritmo de crescimento de clientes e o avanço da classe média, principal frequentadora do lugar.

No primeiro trimestre deste ano, a BRMalls desembolsou R$ 8,5 milhões para aumentar a participação nas lojas e no estacionamento, e já controla 67,6% do shopping de 84,5 mil metros quadrados, ainda o maior da cidade.