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câncer na laringe Pacientes que perderam a voz recebem laringe eletrônica para falar Aparelho permite que pessoas mudas voltem a falar e se comunicar por meio da reprodução da fala a partir da produção de vibração pelo aparelho, que é transmitida através dos tecidos externos do pescoço ou bochecha 7 DEZ 2023 • POR Naiara Camargo • 12h00
Cinco pessoas receberam uma laringe eletrônica cada uma   MARCELO VICTOR

Pacientes mudos, sem voz por conta do câncer na laringe, receberam o aparelho Provox Electrolaryn, popularmente conhecido como laringe eletrônica, na manhã desta quinta-feira (7), no Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA), localizado na avenida Marechal Rondon, número 1053, Centro, em Campo Grande.

O aparelho permite que pessoas mudas voltem a falar e se comunicar por meio da reprodução da fala a partir da produção de vibração pelo aparelho, que é transmitida através dos tecidos externos do pescoço ou bochecha.

O dispositivo é destinado para pacientes laringectomizados, que são aqueles em que houve a necessidade de remoção total ou parcial da laringe para tratar câncer de pescoço/laringe, afetando a voz totalmente ou parcialmente.

O aparato é portátil e recarregável. Para utilizá-lo, basta encostá-lo no pescoço, mais especificamente na altura da garganta, e falar. A voz sairá pelo aparelho.

Cada aparelho custa R$ 6 mil, mas, no Estado, foram entregues gratuitamente para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) do Hospital do Câncer.

O aparelho foi entregue pela primeira vez na história de Mato Grosso do Sul em julho de 2023, no Hospital do Câncer. Esta já é a segunda entrega. A fila de pacientes atual é de 25 pacientes e o objetivo é entregar para todos.

De acordo com o fonoaudiólogo, Anderson Borges de Carvalho, a voz que o aparelho transmite é robotizada.

“A laringe eletrônica funciona como se fosse um amplificador, tem uma base que quando o paciente encosta na pele do pescoço, região próxima ao queixo, e ele movimenta a boca, o aparelho amplifica o som, tanto que sai um som metalizado. A laringe eletrônica é conhecida como fala de robô. Com o avanço da tecnologia, estão quase se aproximando da voz humana, permitindo que tenha controle da tonalidade, como voz grave e voz aguda”, explicou.

Darci Pinto de Melo, de 72 anos, descobriu câncer na laringe há dois anos, perdeu a voz e ganhou a laringe eletrônica nesta quinta-feira (7). Sua filha, a auxiliar adminstrativa, Roseli Melo Moreira, comemora a vitória da mãe. 

“É uma conquista muito grande para ela poder ter a liberdade de falar novamente. Foi uma mudança muito difícil. E agora podendo se comunicar é uma benção muito grande. Agora eu creio que daqui pra frente será só sucesso. Vai ser muito boa a evolução dela. Ela tá bem feliz”, comemorou, emocionada.

De acordo com o HCAA, 510 novos casos de câncer na tireoide, laringe e cavidade oral foram registrados em 2023 em Mato Grosso do Sul, sendo 180 de câncer de cavidade oral, 190 de câncer de tireoide e 140 de câncer de laringe.