AGÊNCIA ESTADO, SÃO PAULO
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o Brasil vai colaborar com o pacote de auxílio financeiro à Grécia, que foi formulado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela comunidade europeia. Segundo o ministro, o Brasil liberará US$ 286 milhões, recursos que sairão das reservas internacionais do País.
Mantega afirmou que o crescimento do País neste ano não será afetado pela crise em alguns países europeus. "O Brasil é uma economia sólida, possui mais de US$ 245 bilhões de reservas e não será afetado pela crise na Europa", comentou.
De acordo com o ministro, o nervosismo no mercado financeiro com a Grécia deve se dissipar em algumas semanas, com a implementação do pacote de 110 bilhões de euros, que cobrirá as necessidades do país para honrar compromissos com credores nos próximos três anos.
Mantega acredita que o nervosismo no mercado financeiro em relação à Grécia deve se dissipar em algumas semanas, antes da realização da próxima reunião do G20, em junho.
Mantega ressaltou que a crise na Europa é grave e, embora não vá afetar o crescimento do PIB brasileiro neste ano, deve trazer alguma volatilidade ao mercado financeiro do Brasil no curtíssimo prazo. Na avaliação de Mantega, entre os efeitos que o Brasil pode registrar por causa dos problemas de países do Mediterrâneo está uma menor expansão das exportações para a Europa nos próximos meses, pois a economia daquele continente deve ter dificuldades adicionais para se recuperar neste ano.
Ele ressaltou que o governo brasileiro não possui títulos públicos da Grécia. No entanto, afirmou que alguns bancos comerciais podem ter títulos daquele país, mas destacou que seria em quantidade muito pequena.
Exportações
Mantega afirmou que chamará os governadores para conversar a fim de discutir a liberação de créditos dos exportadores junto aos Estados. Após participar de almoço com empresários em São Paulo, o ministro afirmou que eles pediram "uma ajuda" para a devolução dos créditos estaduais, que, segundo ele, também são elevados.
"Eu me comprometi (a conversar) com os governos estaduais para a gente discutir esta questão. Eu vou chamar os governadores para discutir como os governos estaduais podem fazer o mesmo que nós fizemos. Pelo menos o fluxo e não o estoque para que eles possam devolver os créditos, pois isto barateia o custo das exportações brasileiras".