Parece estranho prometer que 2024 será o ano em que os filmes devem recuperar o prestígio que tinham acima das séries, especialmente porque as greves de roteiristas e atores em 2023 atrasaram muitas produções, mas veremos mais filmes.
Um dos lançamentos que abre o ano é o despretensioso Roubo das Alturas (Lift), estrelado pelo comediante Kevin Hart. Diverte.
Há muitos gêneros e subgêneros que o cinema americano sabe fazer muito bem. Um deles é onde George Clooney criou uma carreira: filmes de golpes.
Um grupo de golpistas se une para um roubo impossível e nos embarcamos na total suspensão de realidade para acompanhar as reviravoltas incríveis que em geral nos levam a viajar o mundo em jatos, iates e hóteis de luxo. É, claro, a fórmula aqui. e se acha que já viu algo parecido antes, é porque viu mesmo.
Dirigido por F. Gary Gray, que assinou The Italian Job e um dos Velozes e Furiosos, a premissa é a mesma de alcançar o impossível. Aqui, o ladrão de arte internacional Cyrus Whitaker (Kevin Hart) e sua equipe de criminosos experientes em tecnologia são chantageados para roubar 500 milhões de dólares em ouro.
Se isso já não fosse um desafio suficiente, aqui está o principal: precisam fazer tudo a bordo de um jato de passageiros.
O que os críticos reclamam, e me junto a eles, é que não funciona tão bem aqui, mesmo distraindo. Não desenvolvem nenhum dos golpistas a ponto que seja possível criar uma conexão, por isso fica apenas a diversão pela diversão.
Eles aludem a um passado e a uma série de golpes que parecem mais interessantes do que estamos vendo, o que deixa claro que o projeto é apenas um piloto. Sim, há potencial para vê-los mais vezes.
Dessa forma, Roubo nas Alturas tem a sensação de descartável, mas é também bem vindo. O que lamento é que ao colocar Hart como astro de ação, perdemos sua veia cômica e ela seria essencial aqui. Nada que a continuação não resolva, sim, porque duvido que não tenha uma!