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PARAGUAI Pavimentação do último trecho da rota bioceânica finalmente deve sair do papel São 227 quilômetros entre a região central do Paraguai até a frontera com a Argentina. Fonplata já liberou mais de 350 milhões de dólares 27 JAN 2024 • POR Neri Kaspary • 11h05
Em novembro, comitiva de MS que percorreu o trecho que finalmente deve ser asfaltado sofreu com os atoleiros  

Prometidas desde 2020, as obras do terceiro trecho da chamada rota bioceânica no lado paraguaio finalmente devem começar nas próximas semanas, conforme anúncio feito por Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) de Mato Grosso do Sul. 

Com 227 quilômetros, esta será a terceira parte dos pouco mais de 600 quilômetros do lado paraguaio da rota biocânica que precisavam ser asfaltados. O contrato com o Fonplata, no valor de 354,2 milhões de dólares, ou pouco mais de R$ 1,7 bilhão, foi assinado ainda em março do ano passado, mas até agora os trabalhos não começaram. 

A chamada PY15 vai ligar as cidades de Mariscal José Félix Estigarribia, na região central do Paraguai, até Pozo Hondo, uma cidade na fronteira com a Argentina que até bem pouco nem mesmo energia elétrica tinha. Dali em diante já existem rodovias que permitem o acesso até os portos chilenos. 

Trecho em vermelho é o que deve receber o asfalto a partir das próximas semanas, conforme informações da Semadesc

O primeiro trecho no lado paraguaio vai de Carmelo Peralta (fronteira com MS) a Loma Plata. São 277 quilômetros e após investimento da ordem de 440 milhões de dólares, também liberados pelo Fonplata, já foram concluídos. 

O segundo trecho da rota no Paraguai, que vai de Cruce Centinela a Mariscal Estigarribia, tem 102 quilômetros, mas só deve ser pavimentado depois do trecho três, ao custo US$ 110 milhões. Porém, nesta região já existem estradas asfaltadas que servem como ligação entre o primeiro e o terceiro trecho. 

Foi justamente neste terceiro trecho, onde finalmente devem começar as obras, em que até as caminhonetes da 3ª Expedição RILA (Rota de Integração Latino-Americana) sofreram com atoleiros, em novembro do ano passado.

"Quando fizemos a viagem da Rota este trecho conhecido como Picada 500 era o mais complicado. Agora, em contato com o Ministério de Obras tivemos a informação da contratualização deste processo e o breve início das obras. Esta é a última obra estruturante para garantir a Rota e o Paraguai faz um grande avanço estrutural, pois sem este trecho a gente não consolidaria o Corredor Bioceânico", explica, Jaime Verruck.

Ainda não há data exata para início destas obras, mas a previsão é de que os trabalhos terminem até 2027. Se isto se confirmar, vai coincidir com a conclusão da ponte sobre o Rio Paraguai em Porto Murtinho, que está com quase 45% das obras concluídas, e da construção do acesso a essa ponte.

Essa obra de acesso, que demandará investimento estimado em R$ 472 milhões, ainda nem começou e a estimativa é de que seja concluída somente no final de 2026 ou início do ano seguinte. 

A informação de que os trabalhos no terceiro trecho da rota no Paraguai estão prestes a começar foi repassada pelo Ministério de Obras do Paraguai (MPOC) à Semadesc,  que faz o acompanhamento das obras da Rota, assim como todos os países que compõem o Corredor Bioceânico. A estratégia de acompanhar o andamento das obras foi definida durante o Fórum dos Governadores da Rota, do qual Mato Grosso do Sul faz parte. 

Segundo os dados oficiais enviados pelo MPOC, as obras dos 227 quilômetros foram divididas em quatro lotes e, de acordo com a assessoria da Semadesc, o início só depende da contratação dos supervisores dos quatro trechos e da contratação de empresas que vão fiscalizar as obras.

De acordo com o MOPC, definida a contratação dos inspetores, será dada a ordem de início dos trabalhos. ”Apesar de não haver data oficial para início das obras, o MOPC está realizando todas as diligências necessárias para iniciar o mais rapidamente possível”, afirmou o secretário.