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POLÍCIA Além de desembargador e familiares, Operação Tiradentes também mira advogados Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta-feira (8) pela PF 8 FEV 2024 • POR NAIARA CAMARGO E NERI KASPARY • 12h13
  DIVULGAÇÃO/PF

Além de cumprirem mandados contra o desembargador Divoncir Schreiner Maran e seus familiares, policiais federais cumpriram também mandados de busca e apreensão contra advogados ligados ao desembargador. Um deles é filho do magistrado. A operação teve participação da Receita Federal.

Os mandados foram cumpridos em Bonito e em Campo Grande,  no gabinete do desembargador do TJMS, escritórios de advocacia, na casa de Divoncir Maran e residência de seus familiares.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) informou que acompanha as diligências e adotará as medidas legais de natureza disciplinar aplicáveis ao caso, respeitando sempre o direito à ampla defesa e contraditório.

“Na data de hoje (08), foi deflagrada operação da Polícia Federal que além de medidas que estão sendo cumpridas no TJMS resultou em cumprimento de ordens judiciais em escritórios de advogados inscritos na Seccional. Diante disso, a OAB/MS informa que, nos termos da Lei 8.906/1994, acompanha as diligências e que adotará as medidas legais de natureza disciplinar aplicáveis ao caso, respeitando sempre o direito à ampla defesa e contraditório”, afirmou a OAB, por meio de nota divulgada à imprensa.

 

A Receita Federal divulgou uma espécie de organograma daquilo que classifica como esquema para lavagem de dinheiro, que supostamente teria sido cobrado para liberação do traficante Gerson Palermo. Nesse organograma, a esposa do desembargador Divoncir aparece como suposta "laranja" do marido. Aponta ainda a existência de transações suspeitas com três filhos, sendo que um deles é advogado. Estes filhos, por sua vez, teriam feito movimentações financeiras suspeitas com sócios e até um ex-empregado da família. 

divulgação Receita Federal

Nota da Polícia Federal emitida nesta quinta-feira informa que está sendo investigada a “prática de corrupção passiva e lavagem de capitais por membro do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul”, dando a intender que o desembargador teria recebido propina para tirar Gerson Palermo da prisão.

O nome da “Operação Tiradentes” faz alusão ao feriadão de 21 de abril de 2020, quando o desembargador concedeu prisão domiciliar a Gerson Palermo, com uso de tornozeleira, mas que depois disso fugiu e nunca mais foi encontrado.