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Hospital Regional luta para combater a desinformação e aumentar o estoque do Banco de Leite Humano Banco da unidade conta atualmente com 30 doadoras cadastradas, metade da quantidade ideal 19 FEV 2024 • POR Alanis Netto com assessoria • 17h18
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Desde o mês passado, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul está fazendo um apelo para que doadoras de leite materno se cadastrem no Banco de Leite Humano, façam a doação e ajudem a normalizar os estoques que atendem à demanda da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Unidade Intermediária Neonatal, Método Canguru e CTI Pediátrico do HRMS.

Segundo o Hospital, no momento, 35 bebês prematuros estão internados na UTI Neonatal, recebendo cuidados especiais para o desenvolvimento até a tão esperada alta hospitalar, incluindo alimentação com o leite materno. No entanto, os estoques em baixa preocupam.

Rosemeire Souza, a Rose, cuida da banco de leite há mais de duas décadas

Atualmente, 30 doadoras estão cadastradas, mas o ideal seria o dobro, cenário que Rosimeire Souza Rodrigues, técnica responsável pela pasteurização, não vê há 15 anos.

"Chegamos a ter uma única mãe doando 3 litros por semana", lamentou.

As gavetas do refrigerador onde ficam armazenadas as doações estão quase todas vazias. Para a enfermeira responsável pelo banco, Nívea Lorena Torres, o principal entrave ainda é a desinformação.

"O ideal é conversar sobre aleitamento materno durante o pré-natal, mas apenas 40% das pacientes que atendemos fazem acompanhamento com a gente antes do parto. O restante é demanda espontânea. Após o nascimento dos bebês fica mais difícil trabalhar a conscientização", explica.

Ela lembra que é preciso oferecer também um apoio emocional por conta de uma série de outras questões envolvidas. Existem muitas preocupações após o parto, mães preocupadas com filhos que deixaram em casa, por exemplo. 

De acordo com a enfermeira, um litro de leite humano pode alimentar até 10 bebês por dia na UTI Neonatal.

"Com os estoques em baixa é preciso fazer escolhas de quais bebês precisam mais. Aí complementamos com as fórmulas, mas o ideal era ter a quantidade necessária para todos".

O leite humano é importante para o desenvolvimento dos recém-nascidos porque contém todos os nutrientes necessários, além de ser rico em anticorpos que fortalecem o sistema imunológico e previnem infecções. 

A médica neonatologista Bianca Stavis Conte vivencia a angústia das mães que acompanham os filhos prematuros internados no hospital e a comemoração a cada ganho de peso dos bebês.

Ela explica que entre as tantas vantagens do leite humano está a prevenção à doença do intestino prematuro, chamada enterocolite.

"O leite materno tem anticorpos que nenhuma fórmula tem. A fórmula imita o leite, mas não tem as propriedades imunológicas dele. É mais difícil de ser digerida. Trata-se de uma opção. Não é o ideal", explica.

A dona de casa Guaracyara Nascimento dos Santos, de 31 anos, acompanha a filha prematura Eloah Vitória internada no Hospital Regional desde que nasceu em 22 de janeiro. Os outros dois filhos estão em Aquidauna, cidade onde a família mora. A caçula nasceu com 30 semanas de gestação e se alimenta do leite da mãe que também doa para outros bebês.

“Vejo os avanços no desenvolvimento da minha filha com o leite materno e ser uma doadora é um ato de amor. É preciso estímulo, perseverança, não podemos desistir. Os bebês são guerreiros”, disse emocionada.

No leito quase ao lado de Guaracyara, está outra mãe, a jovem Letícia Barreto da Silva, de 18 anos. Ele deu à luz duas meninas, Heloa e Eloísa. As gêmeas nasceram de 35 semanas no dia 9 deste mês. A mãe está amamentando e comemora o desenvolvimento das filhas: “elas estão ganhando peso, já engordaram bastante”.

Quem se interessar em doar deve entrar em contato com o Banco de Leite Humano do Hospital Regional pelo número (67) 3378-2715. Presencialmente ou por este contato são repassadas todas as orientações para as doadoras fazerem um cadastro. A partir daí a unidade móvel de captação percorre uma rota semanal para fazer a coleta das doações.