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LIBERAL Na Capital, Michelle Bolsonaro atrai representantes do PL Mulher de 78 municípios Com mais de três mil presentes, evento em Campo Grande contou com expoentes do partido e busca despertar "potencial oculto" das "mulheres tradicionais" na política 24 FEV 2024 • POR LEO RIBEIRO E NAIARA CAMARGO • 11h34
Michelle chegou ao evento e caminhou entre a multidão, agradecendo a presença das pessoas no que chamou de "Retomada no 1º Estado"   Naiara Camargo/Correio do Estado

Em Campo Grande, a presença de Michelle Bolsonaro atraiu mais de três mil pessoas para o evento da frente feminina do Partido Liberal (PL Mulher), com a presença de representantes partidários de 78 municípios, buscando "despertar o potencial oculto das mulheres tradicionais na política". 

Mesmo sem a presença de Jair Bolsonaro, que prepara sua primeira grande manifestação após o oito de janeiro para amanhã (25), na Avenida Paulista (SP), a figura do ex-presidente foi constantemente lembrada, inclusive com fotos do ex-presidente ao lado de Michelle sendo exibidas no telão do evento deste sábado (24). 

Ainda na manhã de sexta-feira (23) Michelle desembarcou sem o marido, vinda de Brasília (DF), no Aeroporto Internacional de Campo Grande (CGR). A noite, esteve em um jantar na residência de Marcos Pollon, onde o deputado federal do PL preparou um churrasco para a ex-primeira-dama.

No palco deste sábado (24), composto em boa parte do evento por mulheres trajadas de rosa, onde elas quem tinham a voz como apresentadoras, várias integrantes do Partido Liberal de municípios sul-mato-grossenses se misturavam com conhecidos expoentes do PL, como a deputada amiga de Michelle, Amália Barros. 

Como bem explica a sargento da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul, Betânia Kelly Rodrigues, a esperança é trazer cada vez mais mulheres para "ser ferramenta de transformação", dizendo que Michelle Bolsonaro é, hoje, essa plataforma. 

"Fazer com que essa mulher, que já tem um papel tão importante na sociedade, que cuida do lar; dos filhos e do marido, que exerce inúmeras profissões, ela também quer que essa mulher seja uma ferramenta de transformação na representatividade", comenta ela, ressaltando a pequena quantidade existente mandatos femininos. 

Para ela, a fomentação nacional do PL Mulher tem dado coragem e motivação para que essas mulheres descubram o seu potencial político para defenderem os assuntos tradicionais desse grupo, no que chamam de "valores da família". 

"Nós cuidamos da família, sim. Então, por que não defender os valores da família? Já que provemos, somos auxiliadoras do lar, cuidamos para que essa sociedade se mantenha firme. Então, por que não defender esses valores tão importantes na sociedade? E, principalmente, o que a gente sempre fala, Deus, Padre, família, liberdade", afirma ela citando o lema do integralismo nacional, que tem laços íntimos com o conhecido "fascismo brasileiro". 

Regina Célia, bancária aposentada, é uma das participantes do evento que disse estar ali para "lutar pelo país". Fã declarada de Michelle Bolsonaro, ela comenta que a ideia é "pegar o gancho" da ex-primeira dama e aprender com o exemplo de luta. 

"Pessoal é a primeira vez que vou vê-la. É um sonho para todos nós patriotas vê-los [Jair e Michelle]. Comentamos entre nós que são poucas mulheres que estão empenhadas a lutar pela nação... abrindo esse evento, creio que terá mais pessoas buscando esse caminho", afirmou.

PL Mulher em CG

Michelle Bolsonaro (PL) só foi chegar ao evento por volta de 11h, sendo que os momentos que antecederam sua presença serviu para que políticos masculinos tivessem oportunidade de dar as caras e, até mesmo, comentarem sobre o panorama das próximas eleições. 

Coronel Davi (PL); Marcos Pollon (PL) e João Henrique Catan (PL) se misturavam entre o mar de mulheres vestidas com as misturas de rosa/verde, verde/amarelo e rosa/amarelo. 

Distribuindo "open água", o evento mantinha seus presentes entretidos como uma trilha sonora recheada de músicas internacionais. Em um canto no fundo, o tradicional "cercadinho" - relação conhecida entre a imprensa e o bolsonarismo - reservou e isolou os jornalistas do público local. 

Michelle chegou ao evento e caminhou entre a multidão, agradecendo a presença das pessoas no que chamou de "Retomada no 1º Estado" e cumprimentando seu público com a leitura dos cartazes dispostos pela plateia. 

"A mulherada de direita é diferenciada. Deus abençoe. Obrigada pela presença" dizia Michelle Bolsonaro em direção ao palco principal.  

Entre outras cidades, a organização destacou a presença de caravanas vindas de:

Presidente do PL Mulher em Mato Grosso do Sul, Naiane Bittencourt discursou que tem esperança no potencial transformador desse movimento. Convidada para o cargo ainda em 2023, a esposa do deputado Marcos Pollon se classificou como "mãe, mulher, dona de casa e uma pessoa comum". 

"Mas eu sei que também posso colaborar com nosso País. Aceitei esse desafio de encontrar mulheres para caminhar junto comigo. Somos mulheres fortes, batalhadoras, se conseguimos transformar o nosso lar, vamos conseguir transformar a nossa comunidade; cidade; Estado e País" discursou ela. 

Já Michelle, em seu discurso, afirmou que MS é uma das maiores potências no País e estendeu um agradecimento ao trabalho executado pela senadora Tereza Cristina, que atuou como ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro. 

"Nos ajudou a direcionar projetos e políticas para as mulheres do campo, agricultura familiar. Agradeço ao Agro, vocês nos ajudaram a garantir a segurança alimentar para o povo brasileiro", argumentou. 

Ela reforçou que Mato Grosso do Sul é o primeiro Estado a ser visitado pela retomada da caravana do PL Mulher, frente partidária que já se espalha por 17 unidades da Federação, segundo Michelle Bolsonaro. 

"O PL Mulher já existia há 10 anos no papel, começou de fato em fevereiro do ano passado. Com três meses de trabalho viajamos e incentivamos mulheres a entrar na política", disse. 

Michelle ainda afirmou que as pessoas confiam no trabalho e na figura de Jair Bolsonaro, citando que seu então marido "veio para resgatar o amor à pátria". 

Michelle ainda disse se considerou "uma mulher comum", afirmando ainda a existência de nervosismo em usar o microfone, mas disse que Deus lhe permitiu fazer o que faz, e que as mulheres locais também podem mudar a realidade social "dos bairros, das cidades e das pessoas que mais precisam". 

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