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DESDOBRAMENTOS Polícia prende William pela morte de Wesner com mangueira de ar comprimido Condenados a 12 anos, indivíduo se apresentou ontem (27) na Depac Cepol ao lado do advogado e policiais continuam "na cola" de Thiago Giovanni 28 FEV 2024 • POR Leo Ribeiro • 11h57
Dupla foi considerada foragida há cerca de uma semana e policiais agora seguem "na cola" de Thiago   Marcelo Victor/ Correio do Estado

Condenado pela morte de Wesner Moreira da Silva, de 17 anos - morto após uma ter uma mangueira de ar introduzida no ânus, em 3 de fevereiro de 2017 -, William Enrique Larrea se apresentou ao lado de advogado nesta terça-feira (28) e já foi conduzido ao sistema prisional. 

William Enrique Larrea, de 37 anos, há uma semana era considerado foragido e se apresentou na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro Integrado de Polícia Especializada (Cepol).  

Ainda conforme a polícia, o indivíduo preso nessa terça-feira (27) permaneceu num primeiro momento na Depac/Cepol, sendo transferido na manhã desta quarta (28) para o Centro de Triagem do Sistema Prisional. 

Condenado ao lado de Thiago Giovanni Demarco Sena, de 27 anos, que é considerado foragido, a polícia também indica que segue "na cola" do segundo envolvido, com expectativa de que a prisão aconteça "nos próximos dias". 

Condenados

Há oito dias, Thiago Giovanni e William Enrique foram considerados foragidos por não se entregarem às autoridades até a data de 20 de fevereiro. Acusados de matar Wesner, a condenação de 12 anos de prisão saiu do júri popular realizado ainda em 30 de março de 2023. 

Ambos recorreram dessa decisão judicial e passaram todo esse tempo respondendo ao processo em liberdade. Tanto Thiago quanto William prestaram depoimento alguns dias após a morte de Wesner, sendo liberados em seguida. 

Esse caso aconteceu há sete anos, todos os três trabalhavam em um lava-jato, local que foi palco do crime cometido em 03 de fevereiro de 2017. Na ocasião, a vítima teria pedido que William, dono do empreendimento, comprasse uma coca-cola para que consumissem juntos. 

“De novo? Agora toda hora Coca-Cola!”, respondeu o patrão, apanhando um pano usado para limpar carros com o qual passou a bater na vítima "também de maneira lúdica [atitude de entretenimento]", como consta na denúncia movida pela 18ª Promotoria de Justiça da Capital. 

O que aconteceu em seguida, segundo a denúncia, foi uma tentativa de parar com a brincadeira, com a vítima correndo para se distanciar, sendo perseguido e imobilizado por William, que segurou Wesner pelos braços e tórax para que não escapasse. 

"Assim, logo após, o denunciado William carregou a vítima, ainda imobilizada, até o local em que se encontrava o denunciado Thiago... provam os Autos Inquisitoriais que o denunciado THIAGO, em conluio e unidade de desígnios com o denunciado WILLIAm - que ainda imobilizava a vítima -, muniu-se de uma mangueira de ar, utilizada para a limpeza de veículos no LAVA A JATO, retirou a bermuda e cueca da vítima e ligou o compressor de ar que alimentava a mangueira e introduziu-a no ânus daquela, que imediatamente passou mal e vomitou", acrescenta a denúncia. 

Crime

Ainda que descrito pelos condenados como uma "brincadeira", as consequências foram fatais para Wesner Moreira da Silva, que morreu aos 17 anos.

Após ter a mangueira introduzida no ânus em 03 de fevereiro, Wesner foi levado inicialmente para um hospital, na região do bairro Tiradentes. Ele alegava dores na barriga, além de quadros de vômito e também inchaço na região do abdômen. 

Wesner Moreira da Silva foi posteriormente levado até o Hospital Santa Casa de Campo Grande, permanecendo internado por cerca de 11 dias. Sua morte foi registrada em 14 de janeiro de 2017. 

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