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"PONTAPÉ INICIAL"

Reforma da estátua de Manoel de Barros começa, quase três anos após poeta perder o pé

Revitalização que custará R$ 75,6 mil pelas mãos de Ique Woitschach tem o prazo de seis meses para ser concluída

11 MAR 2024 • POR Leo Ribeiro • 11h00
Ique pousou em Campo Grande neste fim de semana e foi logo para perto de sua criação, de onde gravou um vídeo para anunciar o início dos trabalhos   Marcelo Victor/ Correio do Estado

Perto de completar três anos sem seu pé, as obras de recuperação da estátua de Manoel de Barros, localizada no canteiro central da avenida Afonso Pena com Rui Barbosa, finalmente têm início e, feitas pelas mãos do "pai" do monumento - Ique Woitschach -, a revitalização que custará R$ 75,6 mil conta com prazo de seis meses para sua conclusão. 

Vale lembrar que o "aniversário" da perda do pé esquerdo seria a data de 19 de abril, quando em 2021 a estátua de cerca de R$ 400 kg de bronze, instalada debaixo de uma figueira no centro de Campo Grande, amanheceu vandalizada e amputada. 

Ique Woitschach pousou em Campo Grande neste fim de semana e foi logo para perto de sua criação, de onde gravou um vídeo para publicar em suas redes sociais e anunciar o início dos trabalhos.

"Finalmente com o Manoel de novo, agora para devolver o pé dele, restaurar tudo e revitalizar essa peça do jeito que ela merece", argumentou o artista. 

Inclusive, quem passa pelo canteiro central da avenida Afonso Pena, desde o fim de semana, já consegue notar a presença da tenda instalada sobre a estátua do poeta.

Conforme divulgado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, responsável pelo investimento da restauração, essa revitalização do monumento traz ainda um trabalho de iluminação, com a ação sendo considerada pelo diretor-presidente da pasta como "uma das mais importantes do ano". 

“Devolver o pé ao monumento do Manoel é devolver a Mato Grosso do Sul um dos seus símbolos mais bonitos e marcantes. O poeta vive no imaginário da nossa sociedade e sua estátua, além de ser um ponto turístico, é também uma lembrança da poesia e da vida deste grande artista”, aponta ele em material da FCMS. 

Importante lembrar que o monitoramento da região central, implantado em 2015, não registrou os responsáveis pelo ato de vandalismo, já que não havia uma câmera monitorada pela Guarda Civil Metropolitana apontada para a fiscalização do monumento. 

Poeta enquanto coisa

Instalada no canteiro central de Campo Grande em homenagem ao aniversário de 101 anos do poeta, a estátua de Manoel de Barros foi deteriorada pelas ações do tempo e do homem e o pé foi só a gota d'água para que a revitalização acontecesse. 

As diversas visitas técnicas ao longo desses anos indicaram que, além do pé, o rosto do poeta foi castigado por marretadas; seus óculos ficaram tortos e avariados, além de diversos desgastes em outros pontos, segundo análises do próprio Ique. 

Cabe relembrar que em 05 de dezembro do ano passado, mais de dois anos após a "amputação", o Diário Oficial de Mato Grosso do sul mostrava através do extrato de contratação de Ique Woitschach que a grandeza do poeta estava próxima de ser restaurada em sua totalidade. 

Nessa revitalização, o artista irá executar também a chamada recuperação do bronze, já que as próprias intempéries climáticas, o sol e a chuva, são responsáveis por oxidar o material com o passar do tempo. 

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