Um caso extremamente raro surpreendeu os especialistas em saúde quando uma indígena de 81 anos descobriu que carregava um feto calcificado há mais de 56 anos. A descoberta ocorreu quando ela foi encaminhada para o Hospital Regional de Ponta Porã, município que faz divisa com Pedro Juan Caballero (Py), após sentir dores abdominais.
As informações foram confirmadas à imprensa pelo secretário de saúde do município, Patrick Derzi, na manhã de hoje (19).
O caso foi descoberto na semana passada, depois que uma idosa, moradora de um assentamento em Aral Moreira, procurou atendimento médico devido a dores abdominais, ao descobrir um quadro de infecção urinária.
Durante a consulta, que ocorreu no último dia 14 de março, a médica solicitou uma tomografia em 3D, e pelas imagens, acabou descobrindo um 'bebê de pedra' aderido ao abdômen da idosa há mais de 56 anos, desde sua última gestação.
Após a descoberta do feto no corpo da idosa, equipes da obstetrícia do Hospital Regional acionaram a ala de cirurgia para removê-lo. Após o procedimento cirúrgico, a paciente foi encaminhada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas infelizmente veio a falecer no mesmo dia.
De acordo com informações do secretário Patrick Derzi, a morte da idosa ocorreu devido a uma grave infecção generalizada, desencadeada por uma infecção urinária.
Transferência para HR após sentir dores abdominais
A idosa, que residia no assentamento de Aral Moreira, localizado a 84 quilômetros de Campo Grande, já estava tratando uma infecção urinária há algumas semanas. Conforme relatado pelo secretário de saúde de Ponta Porã, o estado de saúde da idosa piorou e ela precisou ser transferida para o Hospital Regional de Ponta Porã para receber um tratamento mais adequado.
No atendimento médico, a médica solicitou uma tomografia em 3D para obter um diagnóstico mais preciso. Durante o exame, foi identificado o feto calcificado no abdômen da mulher.
Litopedia: entenda caso do feto que ficou calcificado no corpo da mãe
O caso raríssimo surpreendeu especialistas na área da saúde. De acordo com o secretário de Saúde de Ponta Porã, Patrick Derzi, que também é médico, explicou que o que aconteceu com a idosa é um caso raro de gravidez, chamado de litopedia.
Segundo especialistas da saúde, a litopedia é consequência de uma gestação ectópica, na qual o óvulo fertilizado é implantado fora do útero. Nessas situações, a gravidez geralmente evolui para a morte do feto, e em casos raros, pode ocorrer calcificação,
Nesse casos, para proteger a mãe é uma infecção, o sistema imunológico reconhece o feto como um corpo estranho e faz uma película protetora de cálcio em torno dele.