Dados do módulo anual sobre educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua colocam Mato Grosso do Sul; Distrito Federal e Goiás no topo do ranking de escolarização de pessoas entre seis e 14 anos.
Trimestralmente, a Pnad Contínua investiga uma série de informações a respeito das "tendências e flutuações da força de trabalho e, de forma anual, temas estruturais relevantes para a compreensão da realidade brasileira", afirma o Instituo Nacional Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Análise local desses dados do IBGE evidenciam que essa escolarização subiu no nível de cobertura, saltando de 99% para 99,8%, beirando a universalização na região Centro-Oeste do País.
Importante destacar que, nacionalmente, essa taxa de escolarização não é distante do recorte regional, sendo que a frequência escolar (sem considerar nível de ensino) manteve os 99,4% de cobertura, patamar elevado em todas as grandes regiões que também se aproximam universalização.
Além disso, para essa faixa etária, entre aqueles que estudam no ensino fundamental, 95% estavam, de fato, em uma etapa escolar correspondente à idade, o que coloca Mato Grosso do Sul na décima posição desse ranking.
Ainda, se comparado com o balanço do ú ltimo ano, esses 95% representam inclusive uma queda no índice (de 0,5 pontos percentuais), sendo esse o menor nível da série e o limite da Meta 2 preconizada pelo Plano Nacional de Educação (PNE).
Conforme a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, é necessária uma maior atenção para evitar a dilatação desses índices de atraso.
“As regiões brasileiras enfrentam vários desafios e precisam dar uma maior importância ao atraso escolar, que vem desde os últimos anos do ensino fundamental”, expõe.
Esse atraso é ainda mais preocupante ao nível nacional, uma vez que esse índice para o País já caiu para 94,5% (queda de 0,6 p.p se comparado com 2022), abaixo da meta de 95% estabelecida no PNE.
Tendência dos "nem-nem"
Como bem apontou o Correio do Estado diante do balanço da Pnad Contínua no ano passado, é possível analisar, com os dados mais recentes, que a tendência de queda dos jovens que nem estudam e nem trabalham se mantém em Mato Grosso do Sul.
Mato Grosso do Sul, em 2022, contabilizava a 109 mil pessoas de 15 a 29 anos estudando e trabalhando, número que saltou para 113 mil, sendo 18% dessa faixa etária considerada ocupada, o que coloca o Estado com a sexta maior porcentagem entre as unidades da Federação.
Mais especificamente, os "nem-nem", que em 2022 somavam 101 mil sul-mato-grossenses, agora caiu para menos de cem mil (96 mil).