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EMPREENDEDORISMO A Vida Pós-Redes Sociais, Internet e Pandemia 31 MAR 2024 • POR Dijan de Barros • 08h00
Dijan de Barros - colunista de empreendedorismo  

Na era das redes sociais, da internet onipresente e após uma pandemia global, somos confrontados com uma realidade cada vez mais marcada pela superficialidade.

Os versos melancólicos da música “Muros & Grades”, dos Engenheiros do Hawai, ecoam até hoje os sentimentos de desconexão e vazio que muitos experimentam nas grandes cidades deste mundo moderno.

Nas metrópoles, onde o ritmo frenético do dia a dia domina, o medo muitas vezes nos conduz a construir muralhas virtuais e físicas em torno de nós mesmos.

Essas barreiras, embora nos proporcionem uma sensação de segurança, também nos isolam da verdadeira conexão humana e nos deixam preenchidos por uma vida vazia e desprovida de significado.

A pandemia, com seu isolamento forçado e a dependência ainda maior das tecnologias digitais para manter contato com o mundo exterior, exacerbou essa sensação de superficialidade.

Enquanto nos conectávamos virtualmente, muitas vezes nos distanciávamos emocionalmente, perdendo-nos em um mar de atualizações de status e selfies cuidadosamente editadas.

A vida pós-pandemia trouxe consigo uma nova consciência sobre a fragilidade da existência humana, mas também destacou a superficialidade que permeia muitos aspectos de nossas vidas.

O culto à imagem, ao sucesso instantâneo e à busca incessante pela validação externa se tornaram os pilares de uma sociedade que muitas vezes confunde quantidade com qualidade, e popularidade com significado.

Nesse cenário, as redes sociais desempenham um papel ambivalente.

Por um lado, oferecem uma plataforma para expressão pessoal e conexão com os outros; por outro, alimentam uma cultura de comparação constante, onde a felicidade é medida pelo número de curtidas e seguidores.

A superficialidade se manifesta não apenas nas interações online, mas também na vida offline.

Os muros e grades que nos cercam nas grandes cidades são símbolos tangíveis dessa desconexão e isolamento.

Embora nos protejam de ameaças externas, também nos impedem de verdadeiramente nos envolvermos com o mundo ao nosso redor, criando uma sensação de alienação e solidão.

É preciso reconhecer que viver uma vida superficial não é uma escolha consciente, mas sim uma consequência da sociedade em que vivemos.

A pressão para se encaixar em padrões predefinidos de sucesso e felicidade muitas vezes nos leva a sacrificar nossa autenticidade em prol da aceitação social.

No entanto, a busca por uma vida mais significativa e autêntica é possível.

Isso requer um esforço consciente para desafiar as normas impostas pela sociedade e se reconectar com nossos valores mais profundos.

Significa priorizar conexões reais sobre likes virtuais, cultivar relacionamentos genuínos e encontrar um propósito que vá além das aparências.

Em última análise, a vida pós-redes sociais, internet e pandemia é um convite para mergulharmos nas profundezas da nossa própria humanidade, em vez de nos contentarmos com as superfícies brilhantes e vazias que a sociedade moderna tantas vezes nos oferece.

É um chamado para abraçarmos a complexidade da existência humana e encontrarmos significado na imperfeição, na vulnerabilidade e na verdadeira conexão com os outros.

DIJAN DE BARROS