Arthur Torres Rodrigues Navarro, empresário proprietário de um Porsche Cayenne avaliado em 1,2 milhão de reais, volta a ser manchete após se apresentar à Polícia Civil em Campo Grande (MS) devido ao atropelamento,fuga e morte do entregador de Ifood. Só que este é o segundo incidente grave em que Navarro está envolvido, revelando um padrão preocupante de comportamento ao volante.
O novo e fatal acidente de trâsnito ocorreu em 22 de março, quando Navarro atingiu o entregador de Ifood, Hudson de Oliveira Ferreira, de 39 anos, com seu Porsche em alta velocidade. Após a colisão, ele fugiu do local. Já Hudson teve fratura exposta na tíbia e agonizou na Santa Casa de Campo Grande por dois dias até sua morte, causada por politraumatismo e embolia pulmonar.
No entanto, essa não é a primeira vez que o empresário é alvo de investigações por acidentes graves no trânsito. Em 2014, ele foi responsável por causar também uma fratura exposta na tíbia e fíbula de outro motociclista, que resultou em sequelas físicas irreversíveis.
Na época do primeiro acidente, Navarro dirigia um veículo de uma de suas empresas do ramo de engenharia, um Fiat/Uno Vivace 1.0. O incidente ocorreu quando ele não respeitou a sinalização de pare na Avenida Bom Pastor com a Avenida Coronel Porto Carreiro, atingindo um motociclista de 64 anos que se dirigia ao trabalho em uma motocicleta Shineray/Phoenix.
Ao contrário de Husdon, a vítima de 2014 sobreviveu e na ocasião, o empresário autor dos acidentes, não fugiu do local. Mas o motociclista ficou com sequelas graves que resultaram em perdas funcionais permanentes nos membros lesionados.
Mesmo diante dos novos fatos, o empresário permanecerá em liberdade durante o inquérito policial, com seu carro Porsche Cayenne apreendido como parte das investigações. Cabe destacar que na coletiva de imprensa, realizada ontem (5), a delegada do caso, Priscilla Anuda, disse o autor não possuia antecedentes.
"Ele não tem antecedentes. Não preenche os requisitos legais para uma prisão preventiva. Se ele não tivesse se apresentado, entregue o carro, daí nós teríamos motivo, de acordo com a lei, para representar pela decretação da prisão preventiva dele. Então ele responderá em liberdade.", afirmou a delegada sem citar o acidente de 2014.
A família, as autoridades e a sociedade civil aguardam por um desfecho justo para esse novo caso que vitimou o entregador de Ifood, cobrando a responsabilidade individual no trânsito e a necessidade de medidas mais rigorosas para coibir comportamentos negligentes ao volante.