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EXCLUSIVO PARA ASSINANTES Desafios do Agronegócio: Fertilizantes, Biocombustíveis, Ambiental e Produção Confira a coluna de Michel Constantino desta terça-feira, 06 de abril de 2024 7 MAI 2024 • POR MICHEL CONSTANTINO • 00h02
MIchel Constantino   Divulgação

A próxima década apresenta quatro grandes desafios para o setor agropecuário brasileiro, com uma política agrícola baseada em crédito e pouco investimento público em pesquisa, os produtores e agroindústrias precisaram buscar alternativas no mercado para garantir a sustentabilidade do seu negócio com o aumento sequencial de regulamentações e restrições comerciais.


Os quatro grandes desafios são:


Custos de produção e fertilizantes: uma metodologia desenvolvida pela OCDE-FAO revela que os preços das commodities agrícolas mostram uma notável inelasticidade em relação às flutuações nos preços dos fertilizantes. Esse dado é especialmente relevante para países como o Brasil, que são dependentes de importação dos fertilizantes.


Para atender o produtor e seus custos é necessária uma política de fertilizantes no Brasil dada a dependência brasileira de fertilizantes importados (85%), e, o Brasil possui recursos para produção própria, como potássio, petróleo, gás natural e rochas fosfática e potássica;


Impacto dos biocombustíveis: o aumento nos preços da energia e a expansão do uso de biocombustíveis têm um impacto direto nos custos da produção agrícola. Alterações nas políticas de mistura de biocombustíveis podem resultar em aumentos tanto nos custos de produção quanto na manutenção dos equipamentos agrícolas;


Desafios ambientais, comércio e regulamentações: o documento ressalta a preocupação com as emissões de gases de efeito estufa e considera que as soluções de mitigação incluem a adoção de processos e de tecnologias neutras em carbono. Além disso, ressalta as normas da União Europeia referentes ao desmatamento e seus impactos na conformidade e na adaptação da produção brasileira a essa nova regulamentação; e


Produção agrícola e pecuária: as previsões indicam que o crescimento da produção agrícola e de carnes deva ser de 1,1% e 1,3% ao ano, respectivamente, até 2032, impulsionada principalmente pela produtividade. No que se refere à demanda, o relatório da OECD-FAO estima estagnação da demanda de carne nos países desenvolvidos e expansão da demanda em países de baixa e média renda. Em suma, o Brasil apresenta um alto potencial de produção e expansão do setor agropecuário, tendo a China como um mercado-chave, embora possa enfrentar desafios regulatórios mais rigorosos da União Europeia.

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