Com mais um acidente fatal registrado nesta terça-feira (7), o antigo fantasma de título de "curva da morte" volta a assombrar o trecho da rodovia BR-060, que há cerca de dois anos teve parte do traçado da pista refeito Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com gastos da ordem de R$ 4 milhões.
Roberlei Ferreira Pires morreu, aos 54 anos, depois que o caminhão que dirigia perdeu o controle na curva da morte e tombou entre as duas pistas da rodovia, deixando a cabine do motorista destruída, segundo apuração do portal local Jardim MS News.
Coordenador da Defesa Civil de Nioaque, Robson Humberto Maciel esclarece que o número de mortes no trecho reduziu cerca de 80% desde que houve a readequação da rodovia, porém, a mudança de velocidade ao se aproximar da antigamente conhecida como "curva da morte" é o que tem causado boa parte dos acidentes que seguem acontecendo.
Como ele detalha, quando há a liberação para o motorista descer a serra, o limite de velocidade é 60km e quando chega na boca do desvio há um radar de 40km.
"Então é um impacto muito pesado no freio. Um carro pequeno nessa ocasião é fácil segurar, quando você vem descendo a serra a 60km e ter que reduzir para 40km por hora no radar, agora quando é um caminhão carregado, às vezes com carga viva que afeta a estabilidade, é totalmente diferente", comenta.
Robson cita uma falta de sinalização vertical, comentando a necessidade de mais radares que multam no trecho.
"Na minha opinião, a modificação não deveria ser dessa forma, o mais correto seriam mais redutores que a velocidade vem decaindo para quando chegar ali estar a cerca de 20 km p/h", afirma.
Ainda, ele fala que, diante de uma possível readequação da sinalização, Defesa Civil se prontifica a montar uma tenda no início da descida, para passar alguns dias orientando os motoristas para terem cuidado, alertando da mudança.
Curva da morte
Na altura do quilômetro 515 da rodovia, há tempos o trecho é palco de tragédias, até a liberação em meados de 2022 de passagem por um novo traçado de cerca de 700 metros, implantado para tentar acabar com os acidentes.
Investimento do governo federal para mudar o traçado de uma das curvas mais perigosas foi da ordem de R$ 4 milhões, mas, no dia 4 de agosto de 2023, uma carreta que transportava pó de gesso perdeu os freios no meio deste novo traçado e despencou pelo barranco, matando um motorista de 30 anos, o que retomou as dúvidas sobre o trecho.