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instagram Ida ao RS rende enxurrada de seguidores ao prefeito "mais louco do Brasil" Desde o último domingo, horas depois de começar a postar informações de que iria socorrer vítmas no RS, ganhou mais de 67 mil seguidores 8 MAI 2024 • POR Neri Kaspary • 13h17
Em postagem às 11 da noite de terça-feira, Juliano Ferro mostrou que estava alojado no salão de festas de um condomínio de luxo em Porto Alegre  

Não é de agora que o auto-entitulado “prefeito mais louco do Brasil”, Juliano Ferro, de Ivinhema, pode ser considerado um fenômeno nas redes sociais. Porém, o fato de largar a administração da prefeitura nas mãos de seu secretariado e de percorrer 1,5 mil quilômetros para socorrer vítimas dos alagamentos em Porto Alegre fez com que o número de seguidores no Instagran disparasse. 

Até sábado, um dia antes de pegar a estrada, tinha 582 mil seguidores no Instagran, além de 287 mil no Facebook. Nesta quarta-feira, às 11:20 horas, estava com 649 mil, o que significa acréscimo de superior a 11%, ou 67 mil novos seguidores em apenas quatro dias. 

A disparada no número de seguidores começou logo depois que começou a postar os primeiros vídeos sobre a coleta de donativos em Ivinhema e outras cidades do sul do Estado e depois que anunciou que iria a Porto Alegre para socorrer vítimas com seu jetski. 

Ao longo dos 1,5 mil quilômetros de estrada fez outras postagens. Mas, assim que chegou ao local dos alagamentos e a partir do momento em que disse ter feito o primeiro resgate o ritmo das adesões disparou. Na segunda-feira, seis mil pessoas passaram a seguí-lo no Instagran.

No dia seguinte, quando efetivamente colocou a moto aquática nas águas, outros 21,6 mil viraram “seu fã”. Nesta quarta-feira, até 11 horas da manhã, já eram outros 25 mil interessados em receber os vídeos que posta. 

Desde sábado fez 33 publicações, tendo a maior parte ele como protagonista. Em seus “passeios” no meio das áreas alagadas bate seguidamente na mesma tecla: “cadê o Exército, a Marinha e a Aeronáutica”.

Faz questão de afirmar que não quer criticar estas instituições, mas ao mesmo tempo diz que a situação é de guerra e defende que os militares deveriam estar em peso atuando na região, inclusive os militares de Mato Grosso do Sul. 

Antes de anuciar viagem, Juliano Ferro vinha perdendo seguidores, mostram os dados

Conforme reportagem publicada pelo Correio do Estado nesta quarta-feira, seis equipes da Força Aérea Brasileira e do Exército de Campo Grande, com cerca de 80 homens, estão desde a semana passada atuando no resgate de vítimas dos alagamentos na sul do País. 

Para o prefeito, porém, isso é pouco. O comboio do qual ele fez parte rumo a Porto Alegre foi formado por oito caminhonetes e carros de passeio levando pelo menos 15 jetskis e barcos para atuar no resgate de pessoas e animais na região metropolitana da capital gaúcha. 

Embora estivesse em contato constante com voluntários que já estavam socorrendo vítimas, o grupo chegou a Porto Alegre sem saber se teria local para as refeições ou para dormir, segundo o “digital influencer” Juliano Ferro. 

Na última postagem, 11 horas da noite de terça-feira, fez questão da mostrar o local onde ele o restante dos proprietários das motos aquáticas e das caminhonetes de última geração conseguiram pouso: em um salão de festas de uma das unidades do condomínio Alphaville, considerado por ele como sendo de alto luxo. 

Segundo ele, o condomínio estava sem água, e assim como os demais moradores, todos estavam consumido água de piscinas particulares ou da área comunitária do residencial. Dormiram no chão e a janta foi servida em marmitex. Porém, estavam com ar condicionado, o que ele considerou um luxo para quem foi praparado para dormir ao relento. 

Alguns dos vídeos postados pelo prefeito tem mais de 30 mil curtidas e acima de 1,6 mil comentários. A quase totalidade dos cometários são favoráveis ao comportamento do prefeito. As críticas normalmente ficam por um determinado período e acabam sendo excluídas pela assessoria de Juliano Ferro, que nesta quarta-feira postou um vídeo no meio do lago do Guaíba informando que teria de interromper os trabalhos mais cedo porque um temporal estava se aproximando.