Em expansão, a atividade de suinocultura em Mato Grosso do Sul registrou recorde de abates no ano passado. Em 2017, a movimentação de abates registrada no Estado foi de 1,951 milhão de suínos. Já no ano passado, foram 3,186 milhões. Resultado é o maior da série histórica iniciada em 2017, conforme aponta dados divulgados pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul) no último Boletim Casa Rural – crescimento de 63,32% no número de suínos abatidos em sete anos.
Na comparação entre 2022 e 2023, o incremento foi de 6%, quando foi registrada uma diferença de 180,865 mil animais abatidos.
De acordo com os dados do boletim, no quarto trimestre do ano passado foram 824,384 mil animais para o abate em MS, melhor resultado dos últimos sete anos, superior ao mesmo período de 2022, em 12,33%, e de 2021, em 22,16%.
No primeiro trimestre deste ano, a tendência de crescimento na atividade segue se consolidando, tendo em vista que 800,800 mil animais foram abatidos no período, o que resultou um aumento de 3,2% em relação aos 776,200 mil registrados no mesmo período do ano passado.
O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas), Milton Bigatão, reforça a franca expansão da suinocultura em Mato Grosso do Sul.
“Atualmente, somamos no Estado mais de 118 mil matrizes, com a possibilidade de chegarmos a 150 mil nos próximos dois anos. Na frente em volume de abates estão Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. São estados tradicionais na produção suinícola, diferentemente de Mato Grosso do Sul, que não carregava essa tradição há tanto tempo”, pondera o presidente da Asumas.
Em sua participação no VI Fórum de Desenvolvimento da Suinocultura de MS, realizado na Expoagro, em Dourados, na semana passada, o diretor-tesoureiro da Famasul, Frederico Stella, também destacou o potencial produtivo da suinocultura no Estado.
“O mercado está se expandindo para o setor após o status de livre de febre aftosa sem vacinação, além da rota bioceânica, que deve encurtar o frete em 15 dias para os países asiáticos, que são nossos maiores consumidores”, comentou Stella.
O economista do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG) Staney Barbosa Melo, acrescenta que, por não se tratar de um Estado com tradição na cultura, a proporção em que a criação de suínos vem crescendo é de grande relevância e vem ganhando espaço. “Esse crescimento tem como causa a visão estratégica dos produtores, que enxergam na atividade grande potencial”, avalia.
Melo ainda atribui o bom momento as políticas públicas da esfera estadual, que buscam o desenvolvimento sustentável, investindo em setores ecologicamente rentáveis e com alto valor agregado, cujo emprego de tecnologias cada vez mais modernas também se faz presente.
ESTRUTURA
Segundo levantamento da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) em maio do ano passado, Mato Grosso do Sul tinha 103,241 matrizes, número que saltou para 118 mil neste ano. Ou seja, aumento porcentual de 14,29% em um ano, o que, conforme projeção de representantes do setor, deve continuar crescendo, chegando a 150 mil nos próximos anos.
O representante da Asumas, detalha a estrutura da suinocultura no Estado. “É caracterizada por ter 80% da produção no sistema de integração. Os abates acontecem na Seara Alimentos, em Dourados, e na e Cooperativa Aurora, em São Gabriel do Oeste”, explica.
Segundo Bigatão, os outros 20% são advindos de produtores independentes, que vendem seus suínos nos mercados de MS, Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerias.
De janeiro a março deste ano, as atividades de exportação de carne suína realizadas por Mato Grosso do Sul responderam a 1,64% da receita do País, o que fez com que MS ocupasse o quinto lugar no ranking nacional.
Ainda segundo o relatório da Famasul, as exportações de carne suína in natura sul-mato-grossenses totalizaram US$ 2,15 milhões em receita e 1,14 mil toneladas em março deste ano.
No primeiro trimestre de 2024, o faturamento alcançou US$ 9,05 milhões, representando queda de 12,8% na receita, e o volume totalizou 4,52 mil toneladas, o que correspondeu alta de 1,9%, tendo em vista que, no primeiro trimestre do ano passado, o Estado havia exportado US$ 10,38 milhões e 4,44 mil toneladas.