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ELEIÇÕES 2024 Bolsonaro desautoriza Portela a lançar pré-candidatura à prefeitura da Capital Primeiro-suplente de senador já divulgou nota afirmando que o ex-presidente escolherá destino do PL em Campo Grande 27 MAI 2024 • POR Daniel Pedra • 08h00
O suplente de senador Tenente Portela ao lado do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, ambos PL   Foto: Reprodução

O jeito despachado do suplente de senador Tenente Portela (PL-MS) acabou rendendo uma repreensão do amigo e ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, maior liderança nacional do PL.

Após Portela se lançar pré-candidato a prefeito de Campo Grande pelo partido na eleição do próximo dia 6 de outubro, ele teve de recuar e divulgar nota afirmando que Jair Bolsonaro é quem escolherá o destino do PL no município.

Segundo apuração do Correio do Estado com fontes em Brasília (DF), o motivo do recuo do Tenente Portela foi a desautorização de Bolsonaro sobre as decisões que o amigo de caserna estava tomando no município como presidente do PL em Campo Grande.

A reportagem confirmou que o ex-presidente determinou que Portela não se intrometa mais na questão da candidatura ou não do PL na Capital, pois esse assunto está sendo resolvido por ele e pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, na capital federal.

O Correio do Estado foi informado que o acordo de aliança entre PP e PL em Campo Grande está mantido, sendo que o partido caminhará junto com os progressistas para a reeleição da prefeita Adriane Lopes, cabendo à legenda a indicação de um nome a vice.

Além disso, Bolsonaro não gostou nem um pouco dos rumos que a questão tomou nas últimas semanas em Campo Grande, pois, na ânsia de o PL em ter candidatura própria na Capital, as lideranças do partido trocaram os pés pelas mãos, fazendo que a sigla seja motivo de chacota junto aos militantes da direita no município.

RECUO

Na verdade, o próprio Bolsonaro contribuiu com essa situação ao lançar e deixar que lançassem vários nomes como prováveis pré-candidatos do PL a prefeito de Campo Grande.

O primeiro nome foi do presidente estadual do partido, deputado federal Marcos Pollon, depois do deputado estadual Coronel David e, logo em seguida, do também deputado estadual João Henrique Catan.

Após ter o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-deputado estadual Rafael Tavares também surgiu como pré-candidato a prefeito de Campo Grande, entretanto, retirou o nome depois que o Tenente Portela também se lançou pré-candidato.

O excesso de nomes acabou provocando um racha interno no partido e lideranças, como o Coronel David, por exemplo, está pensando seriamente em trocar o PL pelo PP, enquanto outras estão se afastando da confusão, que ao invés de somar está dividindo a direita na Capital. 

Agora, com a intervenção de Bolsonaro, a expectativa é de que as lideranças do PL voltem a caminhar na mesma direção e o primeiro passo nesse sentido foi o Tenente Portela divulgar nota afirmando que o ex-presidente da República é quem dará as cartas.

Até a repreensão de Bolsonaro, Portela anunciava pelos quatro cantos de Campo Grande que teria se lançado pré-candidato a prefeito da Capital a pedido de Bolsonaro com a missão de unir o partido. 

No entanto, a bravata do Tenente Portela não agradou a cúpula estadual e nacional do PL. Marcos Pollon chegou a declarar que preferia Rafael Tavares como o pré-candidato do partido, mas aceitaria Portela para atender Bolsonaro.

“Devido às notícias recentes da imprensa sul-mato-grossense, reforço aqui o que tenho falado há tempo por onde passo: o nosso foco na presidência do PL Campo Grande é fortalecer a direita, montar nossa base e eleger o maior número de vereadores possíveis”, disse na nota Portela.

“Quanto à prefeitura, o PL tem excelentes nomes para concorrer a uma candidatura própria. No PL Campo Grande, temos soldados do presidente Bolsonaro, sou um deles, por isso também me coloquei à disposição. Contudo, a decisão final virá do PL Nacional e dos nossos líderes, presidente Jair Bolsonaro e presidente Valdemar Costa Neto. Estamos à disposição para cumprir a missão que for dada”, finalizou a nota.

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