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EXCLUSIVO PARA ASSINANTES O Brasil e a Geopolítica: A economia global favorece o Brasil Confira a coluna de Michel Constantino desta terça-feira, 28 de maio de 2024 28 MAI 2024 • POR Michel constantino • 06h50

Quando dois brigam, o terceiro que se dá bem. O Brasil está posicionado de forma confortável neste acirramento geopolítico global. O mundo está convergindo cada vez mais para nossas terras tupiniquins.

Outras nações vão querer ser o Brasil daqui 10 a 20 anos, independentemente dos governos que passarem por Brasília. Afinal, o longo ciclo de crescimento sincronizado mundial (e que a gente ficou de fora) acabou, abrindo uma janela que favorece nosso país.

Contextualizando melhor, os países do “primeiro mundo” enfrentam hoje problemas geopolíticos, de segurança alimentar, cibernética e outras questões dramáticas que fazem deles economias declinantes. Já o Brasil... não tem briga com ninguém e ainda por cima possui 80% de energia limpa e renovável, dando-lhe um enorme potencial de ganho de eficiência que é muito atrativo para outras nações.

Em outras palavras, o Brasil é o cara mais arrumadinho para o futuro de longo prazo, mas não por mérito, e sim porque é um país atrasado: todo mundo estava curtindo a festa, nós ficamos de fora e chegamos para dançar no fim da noite, quando todo mundo já estava bêbado.

Quando quiserem produzir aço verde, estaremos aqui. Temos energia limpa e barata. Então as economias declinantes terão que vir aqui. Por isso não podemos nos dar o luxo de entrar na briga de ninguém. Podemos dançar com todo mundo.

Esse declínio global ativou o “modo sobrevivência no Ocidente”, com países buscando novas lideranças — sobretudo de direita — em busca de políticas que as coloquem de volta na rota da prosperidade. Como exemplo, a Argentina de Milei. Mas há um porém: apesar de o Brasil ter uma escala que outros países não têm, não podemos nos dar o luxo de brigar e fugir do que ele chama de “caminho da prosperidade”, que é seguir com a agenda de privatizações e não aumentar imposto sobre empresas.

Hoje, o Brasil é uma nação que “não briga com ninguém, só briga com ela mesma”, mas no meio dessa confusão interna, vê uma virtude: cada vez mais jovens animados com o empreendedorismo. “O empreendedor é a chave do futuro.