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Mudanças Climáticas, Oferta de Alimentos e a volta da Teoria Malthusiana

Confira a coluna de Michel Constantino desta terça-feira, 18 de junho de 2024

18 JUN 2024 • POR MICHEL CONSTANTINO • 00h00
MIchel Constantino   Divulgação

As mudanças climáticas têm um impacto profundo na oferta de alimentos globalmente, afetando a produção agrícola, a segurança alimentar e o acesso aos recursos. A redução da oferta de alimentos, ou seja, da produção da carne, da soja, do milho, do café, da mandioca, das frutas, e das centenas culturas brasileiras vai impactar no preço destes produtos, da cesta básica de consumo, e encarecer, principalmente para as pessoas de renda mais baixa.


Quanto maior a oferta, menor é o preço, mais segurança alimentar e o distanciamento da Teoria da Malthusiana. A Teoria Malthusiana, proposta por Thomas Malthus no final do século XVIII, sugere que a população tende a crescer em progressão geométrica (exponencial), enquanto a produção de alimentos cresce em progressão aritmética (linear). Malthus argumentava que, eventualmente, a população ultrapassaria a capacidade de produção de alimentos, levando a crises de fome, doença e mortalidade, que então reduziriam a população a um nível sustentável (Jota).


Malthus analisou o crescimento populacional, que hoje cresce a taxas decrescente, e a tecnologia e produtividade do agronegócio resolveram o problema, invertendo a curva, e crescendo a taxas exponenciais de produção.


Mas o problema atual é outro, com as mudanças climáticas, a oferta de alimentos pode diminuir, e, teremos preços mais altos e mais problemas de fome e pobreza. O contexto tem vários desdobramentos:


Temperaturas Extremas: As mudanças climáticas estão associadas a aumentos na temperatura média global, afetando a produtividade de culturas sensíveis ao calor, como trigo, milho e arroz. Esses impactos variam regionalmente, mas podem resultar em reduções significativas na produção agrícola (Senado Federal).
Eventos Climáticos Extremos: A frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como secas, inundações e tempestades, têm aumentado. Esses eventos podem destruir colheitas, reduzir a disponibilidade de água para irrigação e degradar o solo, comprometendo a produção a longo prazo (Planning).


Secas Prolongadas: Em regiões já propensas a secas, como o Nordeste brasileiro, as mudanças climáticas podem exacerbar a falta de água, prejudicando severamente a produção agrícola e pecuária.


Chuvas Intensas: Em outras áreas, chuvas mais intensas e menos previsíveis podem levar à erosão do solo, dificultando o cultivo sustentável e afetando a produtividade agrícola (Planning).

Políticas Públicas urgentes de previsão de impactos das mudanças climáticas na economia.


Governança Climática: Desenvolver e implementar planos de ação climática em nível estadual e municipal, alinhados com as diretrizes nacionais e internacionais de combate às mudanças climáticas.
Financiamento Verde: Buscar financiamento para projetos de mitigação e adaptação, incluindo fundos internacionais e parcerias com o setor privado.


Cooperação Regional: Estabelecer cooperação regional com outros estados e países para compartilhar conhecimento, tecnologias e recursos para enfrentar os desafios climáticos.


Parcerias Público-Privadas: Incentivar parcerias público-privadas para o desenvolvimento de projetos sustentáveis e inovadores que possam servir de modelo para outras regiões.

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