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DEMORA Para retomar revitalização da Ernesto Geisel, projeto é reajustado em 13,7% Aviso de licitação foi publicado nesta quinta-feira (20) e prevê desembolso de até R$ 22,4 milhões, ante os R$ 19,7 milhões do edital que restu deserto em agosto do ano passado 20 JUN 2024 • POR Neri Kaspary • 10h33
Com a obra inacabada e parada há cerca de três anos, margens do córrego Anhanduizinho viraram sinônimo de trânstornos para moradores da região e usuários da avenida   Marcelo Victor

A revitalização das margens do córrego Anhanduizinho, um projeto que se arrasta há 13 anos em Campo Grande e que está parado faz três anos, pode finalmente ser retomado. Aviso de licitação publicado nesta quinta-feira (20) prevê investimento de R$ 22,4 milhões para conclusão do trecho entre as ruas Bom Sucesso e Abolição, na região do bairro Marcos Roberto, próximo ao shopping Norte Sul Plaza.

Conforme este aviso, as propostas das empreiteiras interessadas, se houver, serão abertas no dia 9 de julho. Licitação para retomar os trabalhos no mesmo trecho chegou a ser anunciada em agosto do ano passado, mas nenhuma empreiteira se interessou por causa do baixo valor que a prefeitura estava disposta a pagar.

O valor máximo daquela tentativa havia sido de R$ 19.716.493,54. Este valor sofreu reajuste de 13,7% e agora o edital prevê desembolso de até R$ 22.450.994,08. Mas, a obra somente será retomada se houver repasses federais. E, o fato de a prefeita Adriane Lopes estar  fazendo questão de colar sua imagem à do ex-presidente Jair Bolsonaro, do PL, pode atrasar a liberação.

Esta revitalização já está prevista no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), anunciado em agosto do ano passado. Para repaginar toda a Ernesto Geisel,  serão necessários em torno  R$ 150 milhões dos cofres do Governo Federal , conforme estimou a prefeita Adriane Lopes à época do anúncio do PAC.

A licitação anunciada nesta quinta-feira prevê a conclusão do trecho cujas obras chegaram a começam em 2018, mas não foram concluídas. Ao longo dos últimos três anos boa parte sofreu depredação de vândalos e por conta da ação do tempo e das chuvas. 

Por conta do abandono da obra, o tráfego no sentido bairro-centro está parcialmente interditado faz mais de três anos. Além disso, parte do local virou ponto de descarte de lixo e entulhos.

Para a revitalização do restante da Avenida não existe nenhuma previsão, conforme informou nesta quinta-feira a assessoria da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP).

Com os recursos previstos no PAC seria possível fazer a repaginação da Avenida Bom Sucesso até a Avenida Campestre, na região do bairro Aero Racho, onde acaba a Avenida Ernesto Geisel.

Mas, para conseguir dinheiro federal, a prefeitura da Capital precisa de uma contrapartida. Alegando não ter recursos em caixa, a saída foi buscar socorro com a administração estadual, que já destinou R$ 9,1 milhões para que a relicitação seja feita.

Do projeto inicial, que previa 7,5 quilômetros de revitalização nas duas margens, foram concluídos apenas 2,6 quilômetros. 

Histórico

As primeiras tentativas para revitalizar a Ernesto Geisel ocorreram ainda em 2011, quando o prefeito era Nelsinho Trad, quando foram lançadas as primeiras licitações e firmado o convênio com o Governo Federal. No ano seguinte, evento festivo chegou a ser realizado no shopping  Norte Sul para anunciar prováveis datas para início dos trabalhos. 

Porém, a gestão de Alcides Bernal e Gilmar Olarte (2012 a 2016) acabou e nada saiu do papel. Em 2018, já na administração de Marquinhos Trad, os trabalhos começaram e somente um trecho foi concluído, entre as ruas Santa Adélia e Abolição. 

O segundo trecho, que agora pode ser retomado, tinha orçamento inicial previsto de R$ 25,6 milhões. Cerca de 58% a obra chegou a ser executada, mas mesmo assim será necessário investimento da ordem de R$ 22 milhões agora para concluir o restante. 

Para o trecho entre a Bom Sucesso e Rua do Aquário haviam sido previstos inicialmente R$ 15,8 milhões. Metade desta parte chegou a ser executada e por enquanto não existe previsão para que seja concluído. 

Mas, mesmo que os trabalhos sejam retomados ainda sob a atual administração, a conclusão somente vai ocorrer na próxima gestão. E, se a atual prefeita não se reeleger, a revitazação passará pelas mãos de seis prefeitos (Nelsino Trad, Alcides Bernal, Gilmar Olarte, Marguinhos Trad, Adriane Lopes e o próximo)