Entre 2019-2022 acompanhei a pesquisa realizada pela ABDI sobre os jovens e o futuro do trabalho (antes e depois da Pandemia Covid-19), o objetivo foi de mensurar as opiniões dos jovens brasileiros de 16 a 29 anos sobre suas perspectivas de formação profissional e emprego.
Foram realizadas 2.015 entrevistas, em 124 municípios brasileiros usando técnica de probabilidade e representatividade da amostra,
O Perfil do jovem e o mercado de trabalho:
- 59% dos jovens de 16 a 29 anos estavam trabalhando. Desses, só 44% têm carteira
- assinada.
- Na população de 16 a 29 anos:
- 38% só trabalham
- 25% só estudam
- 21% estudam e trabalham
- 16% nem estudam nem trabalham
Apenas 4 entre cada 10 jovens que ainda não fizeram faculdade afirmam ter interesse em cursar
e concluir o ensino superior. Os cursos mais desejados são direito, enfermagem, medicina e
administração.
Desafios:
- os jovens se dividem quando confrontados com ter ou não um diploma: para 50%, no futuro do mercado será mais importante ter um diploma, mas expressivos 47% afirmam que será mais importante ter conhecimento sobre várias áreas, independentemente do diploma. Mas 80% preferem carteira assinada.
- Em 2019 apenas 20% dos jovens dizem que o emprego do futuro estará nas áreas de tecnologia e inovação, e, em 2022 esse número salta para 40%.
- Quando perguntados se estão mais empolgados ou mais preocupados quanto ao uso de tecnologias em substituição ao trabalho humano, eles se dividem: 34% se dizem mais empolgados, 34% mais preocupados e 27% se declaram indiferentes.
- 59% dos jovens que trabalham acreditam que as máquinas e robôs já substituíram ou irão substituir profissionais como eles.
- Tirando internet e comércio digital, a minoria se diz familiarizado com Big Data (39%), impressoras 3D (37%), inteligência artificial (36%), computação em nuvem e realidade virtual aumentada (35%), robótica (30%), biotecnologia e automação de processos (28%).
- Para os empregos do futuro, os jovens acham que a inteligência artificial será a tecnologia mais valorizada (apontada por 36% dos jovens como a tecnologia mais promissora)
- Além disso, 49% dos jovens apostam que a criatividade será a habilidade mais importante para se conseguir um emprego no futuro. E que raciocínio lógico será o conteúdo mais importante para os jovens (à frente de idiomas, matemática e formação político-social, por exemplo)
Mato Grosso do Sul, passa por uma fase de industrialização forte, com novos componentes na matriz econômica, modificando a dinâmica do mercado de trabalho, seja pelo lado da demanda de trabalho (novas oportunidades e novos desafios), seja pelo lado da oferta de mão de obra, que possui um “foço” profundo de adequação para atender às expectativas do setor produtivo.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho que une, especificidade local, tecnologia, demanda de novas habilidades e conhecimento técnico específico desafia o poder público e as empresas a investigar e entender esse contexto da pesquisa apresentada acima (perfil e comportamento), e entender em cada localidade suas especificidades e motivações para atender ao novo cenário de investimentos e desenvolvimento do estado.