Os países membros do Mercosul expressaram hoje sua firme repulsa à tentativa de golpe ocorrida na Bolívia ontem. Em um comunicado conjunto, os Estados partes e associados do bloco demonstraram profunda preocupação com o incidente, que viola os princípios democráticos internacionais e, especialmente, os valores fundamentais do Mercosul.
"Em conformidade com o Direito Internacional, rejeitamos qualquer tentativa de mudança de governo através de violência ou de maneira inconstitucional, que comprometa a vontade popular, a soberania e a estabilidade política e social de um país irmão", declarou o comunicado oficial do Mercosul.
Além disso, os membros do Mercosul manifestaram solidariedade e apoio irrestrito à institucionalidade democrática do governo constitucional do presidente Luis Arce e suas autoridades democraticamente eleitas.
Atualmente, o Mercosul é composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, com Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname como estados associados.
A Bolívia está no processo final de adesão ao bloco e espera-se que seja formalmente aceita durante a próxima Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul em Assunção, Paraguai, nos dias 7 e 8 de julho. Todos os países membros já ratificaram a entrada da Bolívia no Mercosul, incluindo o Brasil.
Na quarta-feira (26), um grupo de soldados do Exército boliviano, liderado pelo general Juan José Zúñiga, se concentrou na Plaza Murillo, em La Paz, onde estão localizados o palácio presidencial e o Congresso. Com tanques, eles forçaram a entrada no palácio presidencial, mas se retiraram após o presidente Luis Arce nomear novos comandantes para as Forças Armadas. Juan José Zúñiga e cerca de uma dezena de militares foram presos.