Crescimento econômico acelerado: É possível observar um crescimento econômico mais rápido e robusto em Mato Grosso do Sul em comparação com outras regiões ou estados que não têm acesso direto à Rota Bioceânica. Isto é evidenciado por indicadores como o aumento do PIB, a expansão do sector industrial, o crescimento das exportações e a criação de emprego.
A Rota Bioceânica está indiretamente impulsionando esse crescimento ao atrair empresas que utilizarão a Rota para transportar seus produtos e adquirir insumos. Por exemplo, grandes fábricas industriais de papel e celulose estão sendo construídas nas cidades de Ribas de Rio Pardo e Inocência 12.
Como resultado, as cidades do interior experimentarão um aumento de cinco vezes na população, no crescimento e no transbordamento de atividades produtivas para as regiões vizinhas, uma vez que um dos principais insumos (eucalipto) é espalhado e produzido por várias cidades do interior.
Expansão do comércio internacional: A implementação da Rota Bioceânica pode ter impulsionado significativamente o comércio internacional de Mato Grosso do Sul, facilitando o acesso aos mercados internacionais e abrindo novas oportunidades de exportação. A rota pode ter levado ao aumento das exportações de produtos agrícolas, minerais e manufaturados, resultando em uma balança comercial favorável para o estado.
Com a construção da ponte sobre o rio Paraguai, a realidade comercial e o fluxo aumentarão mais de 30% em dois anos, com destaque para o aumento das exportações para os países vizinhos. A estimativa é ainda mais optimista para a Ásia, que é um destino chave, com um aumento esperado de 50% nos próximos 5 anos após a conclusão da ponte.
Investimentos em infraestruturas: O estabelecimento da Rota Bioceânica provavelmente atraiu investimentos em infraestruturas, tais como a construção ou melhoria de estradas, portos, terminais logísticos e outras instalações relacionadas. Esses investimentos podem ter contribuído para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul, ao melhorar a conectividade regional e a eficiência dos fluxos de transporte de mercadorias.3
Os investimentos previstos incluem a ferrovia Ferroeste , melhorias nas rodovias do estado e ao longo do percurso, além de atividades intersetoriais que geram emprego e renda nos municípios, melhorando assim a qualidade de vida e criando oportunidades para que novos negócios se estabeleçam. atender à demanda de serviços resultante do aumento do fluxo comercial nas regiões.
Desenvolvimento de cadeias produtivas: A Rota Bioceânica pode ter impulsionado o desenvolvimento de novas cadeias produtivas e a diversificação da economia de Mato Grosso do Sul. A facilitação do comércio com os países ligados pela rota pode ter incentivado investimentos em setores como agronegócio, mineração, indústria alimentícia, entre outros, levando à expansão da produção e à criação de empregos.
Novas cadeias produtivas, como a indústria de Papel e Celulose, estão transformando o estado no “Vale da Celulose”, proporcionando novos incentivos para o desenvolvimento do estado. Por motivos estratégicos e de proximidade com o setor do Agronegócio, também desponta em novas cadeias produtivas de Tilápia, Borracha, Serviços Especializados e Agrotecnologias .
Fortalecimento da posição estratégica: Mato Grosso do Sul pode ter se beneficiado do fortalecimento da sua posição estratégica como corredor logístico internacional. A rota pode ter atraído investimentos estrangeiros, estimulado parcerias comerciais e integração regional, consolidando o estado como um importante centro logístico no centro do Brasil.
Desde o acordo presidencial firmado em 2015 entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, os produtos brasileiros que partem do Porto de Santos tiveram que percorrer mais de 24 mil quilômetros em direção ao Canal do Panamá antes de finalmente chegar à rota do Oceano Pacífico para acessar a Ásia e Mercados oceânicos. Como consequência, espera-se que a região desfrute de diversas vantagens, incluindo aumento do comércio, investimentos, atividades empresariais e até mesmo turismo.
Estrategicamente, um novo corredor logístico reduziria os custos logísticos e o tempo de viagem em aproximadamente 12 dias, proporcionando acesso aos principais mercados consumidores na Ásia, Oceania e na Costa Oeste das Américas. Isto resultaria num aumento da capacidade global de exportação e importação do país.
Em resumo, o estabelecimento da Rota Bioceânica tem sido fundamental para impulsionar o crescimento econômico de Mato Grosso do Sul, oferecendo novas oportunidades comerciais e fortalecendo sua posição como importante centro logístico internacional. Segundo a SEMADESC – Secretaria de Economia do Governo de Mato Grosso do Sul, o PIB do estado cresceu exponencialmente nos últimos 3 anos, e a riqueza total do MS chega a R$ 150 bilhões; um aumento estimado de 4,6% é projetado para este ano.
Com um orçamento anual que varia de R$ 16 bilhões a R$ 18 bilhões nos últimos anos, Mato Grosso do Sul aumentou seu Produto Interno Bruto (PIB) em mais de R$ 40 bilhões nos últimos três anos. Este ano, o estado deverá ter o segundo maior crescimento do país, como mostra pesquisa da Tendência Consultoria e publicado pelo jornal Valor Econômico .
O estado acumula saldo positivo de mais de 30 mil empregos criados em seis meses, um recorde, segundo dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Novo CAGED). Além disso, dados da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (JUCEMS) apontam que 4.848 empresas foram abertas no estado nos primeiros sete meses deste ano.
Mato Grosso do Sul se destaca e está diretamente relacionado à fronteira agrícola. Além da expansão, está atraindo novos investimentos que contribuem significativamente para o PIB do estado. Esse crescimento econômico se multiplica e se espalha por todo o estado, gerando novos empregos, adensamento de indústrias e desenvolvimento humano.
Análise de Radar
Na análise dos cinco pontos macroeconômicos apresentados, a probabilidade de ocorrência de mudanças positivas que levariam a resultados econômicos significativos para o estado de Mato Grosso do Sul foi avaliada em uma escala de 1 a 10:
Gráfico 1: Macroeconómico Radar de oportunidades
Fonte: Michel Constantino/UCDB.
Está claro que se espera que a ativação da Rota Bioceânica tenha maior probabilidade e impacto imediato. Dentre os pontos apresentados, o de maior probabilidade de ocorrer e de causar maior impacto na economia do estado é: O Crescimento Econômico Acelerado e a Expansão do Comércio Internacional, transformando o cenário produtivo de Porto Murtinho e de toda região.
O Posicionamento Estratégico também apresenta alta probabilidade de impacto positivo, dependendo das ações políticas dos governos estadual e federal, com classificação de probabilidade de 8 em 10. Segue de perto a probabilidade de impacto positivo dos Investimentos em Infraestrutura, que também depende do envolvimento de entidades públicas. O Desenvolvimento de Novas Cadeias Produtivas pode demorar mais para se concretizar e impactar a economia, mas ainda é considerado provável.
Os sectores e actividades económicas que serão directamente impactados pela Rota Bioceânica e que deverão experimentar um efeito multiplicador no fluxo financeiro são o Turismo e o Agronegócio, ambos com uma classificação de probabilidade de 10 em 10. Espera-se que este aumento na actividade económica conduza ao aumento do Emprego e do Rendimento, impulsionando o Comércio e Serviços locais e, por último, o Sector Industrial.
Gráfico 2: Radar de Oportunidades para Setores Econômicos
Fonte: Michel Constantino/UCDB.
Nestas oportunidades para os setores económicos, uma atividade destaca-se como transversal a todos os itens: a logística. Com a mudança no cenário produtivo de Mato Grosso do Sul após a Rota Bioceânica, a logística prevê: i. Redução de custos de transporte. ii. Melhoria nos níveis de serviço aos usuários e aumento da eficiência na movimentação de cargas. iii. Diminuição das emissões de poluentes. iv. Desenvolvimento regional do estado. v. Ampliação dos investimentos públicos e privados no setor de infraestrutura.